IMAGEM: PREVIDÊNCIA SOCIAL

Na última sexta-feira (24), a Previdência Social brasileira completou 102 anos. A data foi lembrada por meio de artigo de Álvaro Sólon de França, que foi presidente da Anfip (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil), entidade que batalha pelos direitos dos aposentados e pensionistas. E, ainda, pela manutenção e fortalecimento da Previdência pública no Brasil. Leia-o abaixo:

“A Previdência Social brasileira completou, no dia 24 de janeiro de 2025, 102 anos de existência. Construída pelos ideais daqueles que nutrem a esperança sublime de viverem numa sociedade livre, justa e solidária, a longevidade da Previdência Social tem sua explicação nos valores sobre os quais está sedimentada: a solidariedade entre as pessoas e as gerações, e a justiça social.

Ressalte-se que a solidariedade é a pedra angular que mantém de pé a dignidade da pessoa humana. Esses valores foram fundamentais para que a Previdência Social suportasse os ventos da privatização e o assédio dos piratas sociais, que fizeram ruir políticas públicas pelo mundo afora.

Entre os anos de 1988 e 2023, a quantidade de benefícios pagos pela Previdência Social aumentou 238,8%, passando de 11,6 milhões para 39,3 milhões de beneficiários.

Pessoas beneficiadas indiretamente

Segundo o IBGE, para cada beneficiário da Previdência Social há, em média, 2,5 pessoas beneficiadas indiretamente. Assim, em 2023, a Previdência beneficiou direta e indiretamente 137,5 milhões de pessoas, ou seja, 63,5% da população brasileira.

Em 2022, 27,3% dos brasileiros viviam abaixo da linha de pobreza, ou seja, 59,3 milhões de pessoas (linha de pobreza = R$ 606). Se não fossem os benefícios previdenciários e assistenciais, esse percentual seria de 42,0%, ou seja, os benefícios previdenciários e assistenciais foram responsáveis por redução de 14,3% no nível de pobreza o que significa que 30,5 milhões de pessoas deixaram de ficar abaixo da linha de pobreza.

Os dados aqui retratados demonstram, de maneira insofismável, que a Previdência Social está cumprindo o seu papel no resgate da dignidade humana e na solidificação da estabilidade social em milhares de municípios que, muitas vezes, não fazem parte do mapa de preocupações das “elites pensantes” do nosso País. Em síntese, se não fosse os benefícios previdenciários e assistenciais o Brasil estaria na barbárie social.”

Álvaro Sólon de França*

(*) Auditor fiscal da Receita Federal do Brasil (aposentado). Ex-presidente do Conselho Executivo da Anfip (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil) e do Conselho Curador da Fundação Anfip de Estudos da Seguridade Social. Autor dos livros “A Previdência Social é Cidadania”, “A Previdência Social e a Economia dos Municípios” e “A Seguridade Social é a alma da Nação Brasileira”

FONTE: DIAP