A pesquisa “Percepção sobre a reforma da Previdência Social”, feita pela Mindminers entre os dias 10 e 15 de março com 2.257 entrevistados em todo o país, aponta que 72% das pessoas ouvidas são contra as mudanças propostas pelo governo Michel Temer e apenas 11%, favoráveis — 17% não souberam opinar.
Entre as razões para justificar a opinião, os contrários à reforma responderam que a população não foi envolvida nas discussões sobre a mudança, as medidas podem afetar que está atualmente no mercado de trabalho e não acreditam que seja a previdência a grande responsável pelo desequilíbrio econômico.
Já os apoiadores da reforma argumentam que ela é necessária para garantir o benefício previdenciário no futuro e que mudanças têm que ocorrer por causa do aumento da expectativa de vida do brasileiro. Além disso, parte dos entrevistados que apoiam a reforma acreditam que ela seja necessária para evitar que o “país quebre”.
A pesquisa da Mindminers também mostra que 76% dos entrevistados “sabem do que se trata” a reforma da previdência que está em tramitação no Congresso. Desses, 31% dizem ter alto nível de conhecimento sobre o assunto, 53% conhecem o tema superficialmente e 16% estão mal informados.
A pesquisa também aponta que 62% dos respondentes acreditam que a reforma terá um impacto negativo para a economia.
46% dos entrevistados estão empregados com carteira assinada, 11% têm vínculo empregatício como pessoa jurídica, 41% são desempregados e 2%, aposentados. Cerca de 70% responderam que recebem entre um e três salários mínimos, enquanto 19% ganham entre quatro e seis mínimos e os 11% restantes, acima de sete mínimos.
Segundo Rodrigo Garcez, diretor da Mindminers, empresa de pesquisa digital que tem como clientes Coca Cola, Ambev, Loreal, entre outros, no momento o governo busca a todo custo se tornar mais eficiente e resolver os problemas econômicos do país “mesmo se isso não esteja em sintonia com os anseios da população”.
“No geral, [parte qualitativa da] pesquisa mostra que o brasileiro acha que vai trabalhar mais para bancar a máquina por mais tempo, tem a sensação de que pagará a conta de um Estado ineficiente, corrupto. [Ter mais informações sobre] É fundamental para conduzir um processo de reforma desse porte. Dado que o resultado é esse [de insatisfação com a proposta], será que o governo vai mudar a posição dele? É a grande pergunta dessa pesquisa”, avalia Garcez.
Fonte:Valor Econômico