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O número de pessoas que sofrem de insegurança alimentar grave dobrou desde o início da pandemia, alertou um relatório recente da ONU
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, apelou à união de forças contra a crise alimentar que ameaça o mundo durante uma cerimónia realizada esta segunda-feira (18) na Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova Iorque (EUA), informa a Telesul.
"Enfrentamos um risco real de fome múltipla este ano. E no próximo ano pode ser ainda pior. Mas podemos evitar essa catástrofe se agirmos agora, se agirmos juntos para elaborar respostas políticas corajosas e coordenadas", disse Guterres.
O diplomata aconselhou a enfrentar a crise financeira global e desbloquear “com urgência” os recursos disponíveis para aumentar a proteção social.
Da mesma forma, Guterres exortou a incentivar a pequena agricultura, a agricultura familiar e incentivar a autossuficiência.
Por outro lado, o secretário-geral referiu-se à solução do conflito entre a Rússia e a Ucrânia como um dos caminhos para a crise alimentar mundial.
"É possível evitar a crise alimentar se fertilizantes e alimentos da Rússia e da Ucrânia forem permitidos nos mercados mundiais", disse.
Guterres enfatizou a produção de alimentos e fertilizantes nesses dois países como parte da solução para problemas econômicos, convulsões sociais e níveis recordes de fome.
Nesse sentido, ele lembrou que “o nosso mundo enfrenta uma série de desafios: alterações climáticas, Covid-19, conflitos e aumento da inflação”, num contexto em que “os preços dos alimentos, energia e fertilizantes estão disparando”, acrescentou.
Para sair dessa situação global desafiadora, o secretário-geral enfatizou a necessidade de transformar os sistemas alimentares, usando dietas acessíveis, saudáveis e sustentáveis.
"As Nações Unidas estão empenhadas em trabalhar com todos vocês para resolver esta crise e continuar a pressionar por um sistema alimentar global que funcione para todas as pessoas. Chegaremos lá juntos", disse ele.
O recente relatório The State of Food Security and Nutrition in the World descobriu que o número de pessoas que sofrem de insegurança alimentar grave dobrou desde o início da pandemia.
FONTE: BRASIL 247