BR do Mar — Português (Brasil)

Ministra da Agricultura aponta que até 2050 o Brasil precisa aumentar sua produção em 40%

A Câmara dos Deputados aprovou no dia 8/12, o projeto de lei que incentiva a navegação na costa brasileira, batizado de “BR do Mar”. 

A proposta quer aumentar a navegação entre os portos do país (cabotagem) com o objetivo de explorar o potencial da costa brasileira para reduzir custos.  

A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina Dias, participou do webinar “Os desafios para a agricultura e infraestrutura de transportes no pós-pandemia” da Frente Parlamentar Mista de Logística e Infraestrutura, e falou sobre a importância da aprovação da BR do Mar para o escoamento da produção.

“Ela [BR do Mar] será fundamental para  a nossa logística. Não faz sentido você trazer milho do Mato Grosso para o Nordeste, mais de 2 mil quilômetros, quando podemos sair pelo Arco Norte, fazer a cabotagem e fazer com que esse milho chegue mais barato ao Nordeste”, disse a ministra.  

Para Tereza Cristina ainda há muito para avançar e melhorar a logística do País.

 “Temos muito para andar, mas temos que trabalhar a legislação, trazer segurança jurídica, desburocratizar uma série de coisas que nos travam na agilidade que a nossa agricultura precisa. Para que a gente possa ser cada vez mais competitivos”, disse.  

Ainda durante a participação no webinar, a ministra reforçou a força do agronegócio em 2020.

“Vimos neste ano o potencial que nossa agricultura e pecuária tem. A capacidade também que temos de responder rapidamente às crises. Somos grandes produtores, grandes exportadores e mostramos que alimentamos e conseguimos abastecer nosso País com muita eficiência”, considerou.

Transporte

A ministra ressaltou a importância de ampliar e melhorar os modais logísticos do País.

 “Não tem como a agricultura e o modal do transporte não estarem absolutamente linkados e dependentes um do outro. A cada real que conseguimos diminuir no transporte é um ganho para o produtor rural. Somos um celeiro do mundo, mas vamos ter esse celeiro com melhor margem para que nossos produtores possam investir mais e ter mais retorno dos investimentos”, destaca Tereza Cristina e ainda completa.

“O Brasil tem essa missão que é alimentar o mundo. Daqui até 2050 teremos que produzir 40% a mais do que já produzimos hoje para poder suprir a demanda de alimentos. O País é o único no mundo que pode fazer isso de maneira tecnificada, temos área, água e com certeza de maneira sustentável”,  conclui a ministra.

Projeto

A proposta aprovada pelos deputados segue para a análise dos senadores.  Com o projeto, o governo espera que a capacidade da frota marítima dedicada a esse tipo de navegação seja ampliada em 40% nos próximos três anos, excluindo as embarcações dedicadas ao transporte de petróleo e derivados.  

Conforme informações do Estadão Conteúdo, o Ministério da Infraestrutura também aposta na ampliação do volume de contêineres transportados por ano até 2022 em 65%, além da expectativa de que a navegação de cabotagem passe a crescer 30% ao ano com as mudanças.

O projeto foi apresentado pelo governo em agosto. O texto-base foi aprovado por 324 votos a 114 na noite da última terça-feira (7), e parte dos destaques (que têm potencial de alterar o projeto) foram analisados até a madrugada desta terça.  

Por fim, a Câmara finalizou ontem a votação dessas sugestões de alteração ao texto. Pelo Twitter, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes, agradeceu o apoio dado pelo governo e pelos parlamentares ao projeto.

“BR do Mar aprovado! Câmara dos Deputados acaba de concluir destaques ao projeto que incentiva uso de nossos portos no transporte entre regiões (cabotagem). Texto segue ao Senado. Agradeço o líder do governo e aos deputados que abraçaram a ideia”, escreveu.

No instagram da titular do Mapa, Gomes também comemorou. 

“Estamos corrigindo um erro histórico do nosso País de não aproveitar o grande potencial logístico de transporte por nossa costa. E a BR do Mar é só o começo”, disse .

No Estado

Em Mato Grosso do Sul também há a intenção de ampliar o transporte hidroviário.

 O terminal portuário de Ladário está desativado há mais de 20 anos. Um dos objetivos da administração local é enviar e trazer produtos para outros países, mas também acessar os portos brasileiros.  

Nas parcerias firmadas com a Argentina, a intenção é a de levar grãos e bovinos e trazer produtos como vinhos, castanhas, frutas secas, azeitonas, azeite e distribuir de MS para o resto do País.

Conforme já noticiado pelo Correio do Estado, outra intenção é fazer cabotagem, que é o transporte entre portos do mesmo País. A cidade pantaneira será distribuidora de sal, com 50 mil toneladas do produto mensalmente trazidas de Mossoró (RN).  

Atualmente, vindo de caminhão, o frete é duas vezes mais caro que o próprio produto. A economia será de 20% sobre o preço atual.

A ideia é que Ladário seja um entreposto de sal, não só para MS, mas para os estados e países vizinhos, como Bolívia e Paraguai. 

O impacto será a economia de US$ 20 a cada U$ 100, segundo estimativa do projeto.

 
FONTE: CORREIO DO ESTADO