As manifestações das mulheres – que reuniram ao todo centenas de milhares por todo o país e também no exterior contra o candidato fascista Bolsonaro – são o grande acontecimento da campanha eleitoral neste primeiro turno das eleições.
Essa ampla e vigorosa mobilização #EleNão, que ocupa as redes sociais e transbordou para as ruas, representa uma decidida tomada de posição contra o que representa Bolsonaro: a mais forte ameaça contra a democracia, contra os direitos das mulheres e da classe trabalhadora, desde o fim da ditadura militar em 1985.
Dia 29 de setembro é um marco divisor destas eleições.
O brado #EleNão reverberado por um coral de centenas de milhares de vozes, com a força e a legitimidade das mulheres brasileiras, fez um chamado, uma convocação, ao conjunto das forças democráticas e progressistas a não se omitirem, conclamando uma firme atitude democrática diante das ameaças representadas pela chapa fascista.
A mensagem do 29 de setembro, do #EleNão, é clara: o fascismo é uma ameaça real, que deve ser enfrentada e derrotada. A tarefa, neste momento, é enfrentar o fascismo e derrotá-lo nas ruas, nas ideias, e sobretudo nas urnas.
O êxito dessas manifestações vem da amplitude, aglutinando mulheres de classes sociais diversas, com ou sem militância política, muitas apoiadoras de diferentes candidaturas presidenciais.
O ponto convergente é o repúdio ao que representa a chapa Bolsonaro-Mourão, bradando um forte e uníssono “não” à barbárie e à regressão civilizatória.
A Manifestação das Mulheres Unidas contra Bolsonaro, ao se posicionar frontalmente contra a ameaça fascista, puxa todas as correntes políticas que se pautam pela democracia para um movimento ainda mais amplo, destinado a liquidar qualquer possibilidade de vitória dessa chapa nas urnas.
Bolsonaro, em que pese ter parado de crescer nas pesquisas, salvo algo imponderável, irá para o segundo turno quando será confrontado por uma candidatura única do amplo campo da democracia, da Nação e da classe trabalhadora.
Diante dessa probabilidade, essas manifestações, de certa forma, antecipam o cenário da campanha pós-7 de outubro.
Objetivamente, a partir de hoje, o primeiro turno entrelaça-se com o segundo turno. Está instaurado o embate entre democracia e fascismo, liberdade e ditadura, entre direitos e império do rentismo.
Nesse cenário, agiganta-se a importância da chapa Fernando Haddad-Manuela d’Ávila; não sem motivo em franca ascendência nas pesquisas de intenções de votos. Pelo seu programa popular, patriótico, pela tradição democrática dos partidos de esquerda coligados, pela tradução pulsante do ciclo de governos progressistas dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. São condições que chamam todos os setores da sociedade comprometidos com a democracia, com os direitos, com a civilização e com o futuro digno para as brasileiras e os brasileiros, a se unirem desde agora nesse amplo movimento democrático que irrompe com as manifestações das mulheres.
Manuela d’Ávila, como candidata a vice-presidente, fez um amplo convite à marcha e participou, na linha de frente, do ato na cidade de São Paulo, o maior do Brasil, sendo acolhida de forma entusiástica e carinhosa. Fernando Haddad, candidato a presidente, disse que as mulheres e a juventude serão prioridade caso seja eleito. Disse, também, que Manuela d’Ávila, como vice-presidenta, terá o papel destaque no governo.
Personalidades de diferentes áreas, como juristas, religiosos, lideranças avançadas do povo e dos trabalhadores, mesmo com divergência com aspectos da chapa Fernando Haddad-Manuela d’Ávila, já se manifestaram publicamente contra qualquer retrocesso democrático, numa demonstração de que esse campo pode se alargar ainda mais.
A democracia como alicerce de um projeto de nação é um valor político incondicional. Sem ela não é possível falar em qualquer projeto de desenvolvimento do país, de nação.
Se a intolerância, o arbítrio e a violência, como forma de governo e prática social, triunfarem, a grave crise que sufoca o país se agravará. O Brasil tem experiências amargas que mostram os resultados trágicos da imposição de regimes autoritários e de feição fascista.
As brasileiras e os brasileiros precisam de um novo governo que promova a união, o diálogo, a paz e a tolerância. Um governo verdadeiramente democrático capaz de criar uma ampla convergência para retirar o país da crise e remover as travas que impedem o progresso do país.
A chapa Bolsonaro-Mourão representa exatamente o oposto dessa plataforma política, é uma reedição, com novas roupagens, de regimes arbitrários e sanguinários de triste memória.
A democracia, a restauração do Estado Democrático de Direito e o respeito à soberania do voto (Bolsonaro chegou ao ponto de dizer que só reconhece o resultado das urnas se este lhe for favorável) devem ser a prioridade, o ponto de destaque para se constituir desde já uma ampla frente contra o fascismo.
A chapa Fernando Haddad presidente, Manuela d’Ávila vice, está credenciada e chamada a liderar a formação desta ampla frente desde já.
As mulheres brasileiras fizeram o mais difícil: abriram o caminho. Cabe ao conjunto das forças progressistas e democráticas segui-las e marchar, lado a lado com elas, pela democracia, pelo Brasil, por uma vida digna aos brasileiros e brasileiras.
FONTE: Portal Vermelho