O desemprego não dá tréguas. Cai lentamente e não dá mostras de que vai arrefecer. Matéria do jornal Valor Econômico, da última sexta-feira (28), mostra que a taxa de desemprego brasileira recuou para 12,1% no trimestre móvel encerrado em agosto, 0,6 ponto percentual abaixo do verificado no trimestre móvel até maio (12,7%), mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No trimestre até agosto, o país tinha 12,707 milhões de desempregados — pessoas de 14 anos ou mais que buscaram emprego sem encontrá-lo. Trata-se de um contingente 4% menor que o registrado no trimestre até abril (529 mil pessoas a menos) e 3,1% abaixo de igual período de 2017 (407 mil desempregados a menos).
Desalentados
A leve queda na taxa de desocupação não se deu porque houve aumento de ocupações. Uma das explicações é o número recorde de pessoas que desistiram de procurar trabalho. São os chamados “desalentados”.
Carlos Alberto Pereira, vendedor desempregado, e a filha Bruna, que é secretária, começaram a arrumar as malas. Vão entregar a casa que alugam. “O que me dói mais também é eu ter que ficar sem minha filha. É complicado”, conta ele.
Ele foi demitido, passou meses atrás de uma oportunidade e desistiu.
Por que o desemprego não desacelera
“Embora apresente um recuo da taxa de desemprego e uma aceleração de rendimentos reais, o cenário de emprego no país vem se deteriorando em alguns aspectos. De forma geral, a queda da desocupação não ocorreu por conta da expansão da população ocupada (PO), e sim devido à retração da força de trabalho”, avaliam pesquisadores do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada).
E acrescentam: “Pelo corte etário, percebe-se que o maior recuo do desemprego aconteceu no conjunto dos trabalhadores com idade entre 18 e 24 anos, cuja taxa caiu de 27,3% (segundo trimestre de 2017) para 26,6% (segundo trimestre de 2018) — de acordo com os microdados extraídos da Pnad Contínua do IBGE.”
FONTE:DIAP