IMAGEM: PORTOS&MERCADOS
Sistema tem como vantagens o escoamento em menores volumes do cereal e ampliação dos negócios a produtores de menor porte
A operadora portuária Wilson Sons, em conjunto com parceiros logísticos, implementou um projeto inédito de estufagem de trigo a granel em contêineres. O cereal é acondicionado diretamente no contêiner, o que gera uma série de vantagens tanto para os produtores quanto para compradores, segundo a empresa.
O projeto, desenvolvido em parceria com as empresas Gomes e Marques, Aliança Navegação e Suporte Corretora já está em funcionamento por meio de cabotagem das cargas do Terminal de Contêineres de Rio Grande (RS) para o Amapá. Esse modelo operacional tem um grande potencial também para a exportação de trigo a granel em contêiner, diz a empresa.
A Wilson Sons explica que a estufagem em contêiner abre a possibilidade de produtores alcançarem e captarem novos mercados, uma vez que não é necessário o afretamento de um navio para transporte do produto, como ocorre no caso do cereal a granel. Isso beneficia os produtores menores que, com menores investimentos e mesmo em períodos de entressafra, conseguem atingir mercados distantes. Além do acesso a mercados alternativos, outros benefícios da modalidade são o menor índice de perda de grãos e o baixo custo em despesas extras, além da independência das condições climáticas para sua realização.”
A empresa explica que a operação de estufagem é realizada com um basculador de contêiner. “Nos casos em que o trigo que chega em carretas graneleiras, o material é tombado numa moega e transferido para um silo, sendo, na sequência, realizado o carregamento do contêiner de forma direta.”
Gustavo Leite, diretor da Suporte Corretora, consultoria de grãos que presta apoio a cerealistas e cooperativas, relata que uma das vantagens da estufagem é a flexibilidade do embarque, que permite o envio de mercadorias com uma frequência muito maior que em uma operação granel.
Outro benefício, diz ele, é a possibilidade de expandir negócios. “A logística em contêiner permite a descarga em portos alternativos, possibilitando a expansão da oferta a outros clientes”, avalia Leite. “Realizamos a primeira operação com um embarque para Santana, no Amapá, e justamente por ser nesta modalidade se viabilizou o acesso a um novo cliente”, conta.
Outro ponto positivo é a confiabilidade do produto, já que não há perda de identidade. No caso do granel, padrões de diferentes qualidades enchem o silo graneleiro. “A segregação do produto é um aspecto importante na estufagem, pois garante que não se perca identidade do grão e permite rastreabilidade do produto, reduzindo riscos de contaminação”, diz Leite
FONTE: GLOBO RURAL