Homem puxa juros para cima | Movimento afeta a bolsa

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Marcha no ABC Paulista deu início a jornada de protestos contra altas taxas de juros no Brasil, exigindo ação imediata do Banco Central. #JurosBaixosJá

Na manhã da última sexta-feira (16), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), centrais sindicais e movimentos populares, deram início à “Jornada Contra os Juros Altos”, uma mobilização contínua em luta pela redução da taxa básica de juros, conhecida como Taxa Selic, aplicada no Brasil. Atualmente, a taxa está em 13,75%, sendo a mais alta do mundo e gerando consequências negativas para o país.

Umas marcha pelas ruas de São Bernardo do Campo (SP) levou centenas de trabalhadores e trabalhadoras para a frente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. As entidades envolvidas afirmam que o movimento será permanente até que o Banco Central, comandado pelo bolsonarista Roberto Campos Neto, deixe de boicotar o país e reduza a taxa de juros básica, a fim de impulsionar o desenvolvimento nacional.

A taxa de juros elevada no Brasil tem impactos significativos, como a queda no consumo e entraves para o crescimento econômico. Após descontar a inflação acumulada em 12 meses, que atualmente é de 5,79%, a taxa real de juros no país é de 7,52% ao ano, a mais alta do mundo.

Essa taxa prejudica o investimento, a produção das empresas e a geração de emprego e renda, favorecendo apenas o rentismo. Para impulsionar a economia e promover o crescimento, o Banco Central precisa revisar sua política de juros e reduzir a Selic de forma urgente.

Ubiraci Dantas, vice-presidente nacional da Central dos Trabalhadores do Brasil, conhecido como Bira, destaca a importância de reduzir as taxas de juros a níveis internacionais. “Nós estamos trabalhando no sentido de montar e constituir a Frente Ampla em defesa da redução drástica das taxas de juros, chamando trabalhadores, empresários, parlamentares, partidos, juristas pra que a gente possa, a exemplo do que foi a frente em defesa da democracia, fazer uma frente em defesa da redução das taxas de juros pra acabar com a sabotagem que o Banco Central está fazendo com o nosso país e com o governo Lula.”, disse ao Portal Vermelho.

Bira enfatiza que a atual taxa de juros de 13,75% retirou “500 bilhões de reais do país” no ano passado, por meio de “capital especulativo”. “E se deixar assim esse ano vai ser R$ 800 bilhões. Aí não vai sobrar nada para o nosso povo.”, alertou o vice-presidente.

A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, também acompanhou a marcha de lançamento da campanha. Durante discurso ela destacou os avanços do país no governo Lula; citou o primeiro reajuste da tabela do imposto de renda, o aumento real do salário mínimo e programas sociais que foram retomados pelo presidente como o Mais Médicos, o novo Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida.

Porém, salientou Gleisi, o BC sabota os resultados dessas ações. “Se a taxa de juros continuar como está, não vamos ter investimento no país e, se não houver investimento, não vamos gerar emprego. Sem emprego, não tem renda, a economia fica ruim e a vida do povo piora. Por isso, essa luta. O Banco Central tem sido hoje o grande empecilho pra gente retomar o crescimento da economia”, disse.

A pressão contra a política monetária do Banco Central continuará nos próximos dias. Nesta segunda-feira (19), os movimentos sociais realizarão um grande tuitaço nas redes sociais, compartilhando materiais gráficos e vídeos para conscientizar a população sobre os impactos negativos da política de juros altos impostos pelo BC. As hashtags #JurosBaixosJá e #ForaCamposNeto darão o tom nas redes.

Já na terça-feira (20), atos serão realizados em todo o país, em frente às unidades do Banco Central em cada estado que possua uma sede. Em São Paulo, o ato está marcado para as 10 horas, em frente ao BC da Avenida Paulista.

Com a mobilização em curso, com previsão de término no dia 2 de julho, os movimentos populares buscam chamar a atenção para a necessidade de uma política de juros mais favorável ao desenvolvimento do país e esperam obter resultados concretos por meio de suas ações de protesto e conscientização.

FONTE: PORTAL VERMELHO