Dentre milhões de trabalhadores subutilizados, há muitos profissionais qualificados, com formação e com experiência, mas que não conseguem se recolocar como poderiam ou gostariam
O anúncio sobre a criação de 115.898 vagas com carteira assinada (referência abril), não foi suficiente para dar alento à massa de trabalhadores que buscam oportunidades. E, embora possa ter algum significado, representa muito pouco diante da taxa de desemprego do país, de 13,1%, em média, no primeiro trimestre, de acordoo IBGE.
Mais preocupante são os dados divulgados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) trimestral, revelando que falta trabalho para 27,7 milhões de brasileiros: 13,7 milhões de desempregados; 6,2 milhões de subocupados e 7,8 milhões de pessoas que poderiam trabalhar, mas não trabalham.
Déficit
Esses dados, talvez sejam mais representativos do que a taxa de desemprego, porque revela a subutilização da força de trabalho. Considero esses dados muito importantes porque, dentre milhões de trabalhadores subutilizados, há muitos profissionais qualificados, com formação e com experiência, mas que não conseguem se recolocar como poderiam ou gostariam, por falta de oportunidades, a despeito do disseminado discurso de falta de mão de obra qualificada.
Vale ressaltar que boa parte desse contingente está trabalhando (ou se ocupando) para sobreviver de alguma forma, com ou sem carteira assinada ou, até mesmo, empreendendo.
Cenário
Ademais, os dados revelam, também, que as promessas políticas somadas ao discurso empresarial acerca da efetividade da Reforma Trabalhista como indispensável para a geração de novos postos de trabalho, não se concretizou.
Em suma, estamos presenciando é um cenário nada otimista para muitos trabalhadores em termos de criação de novas vagas, visto que, o que gera empregos e oportunidades é crescimento da atividade econômica, o que, a priori, não está no radar, segundo especialistas. Está apenas nas promessas políticas em ano eleitoral.
Projeto
Diante de tudo isso, continuo reforçando a importância de um plano de ação individual alicerçado em exercícios de autoconhecimento, como instrumento fundamental na construção de um projeto de carreira para aqueles que estão buscando recolocação, novas oportunidades e, até mesmo, para aqueles que estão empregados / ocupados, mas precisam manter a sua empregabilidade em tempos de alta volatilidade e muita incerteza.
Fonte: Blog Radar do Emprego / O Estado de S. Paulo