Após protesto de policiais civis, que quebraram as portas de entrada do Congresso, o relator da reforma da Previdência na Câmara, deputado Arthur Maia (PPS-BA), acertou em reunião nesta terça-feira reduzir a idade mínima de aposentadoria dos policiais federais e civis para 55 anos, com 25 anos de contribuição ao INSS e 25 de atividade policial.
Segundo Maia, essa será uma idade temporária. Pela manhã, ele tinha anunciado que os policiais ficariam no segmento das aposentadorias especiais, com 60 anos de idade para aposentadoria, como será para os professores de ensino básico e médio e agricultores rurais.
“Eles querem vinculação ao projeto que regulamentará a aposentadoria dos militares, que, segundo o presidente da República, será encaminhado em maio”, afirmou Maia.
Será colocada na proposta de emenda à Constituição que a Câmara votará um “gatilho” para que a idade de aposentadoria dos policiais civis e federais seja igual à dos militares, quando (e se) ocorrer esta segunda etapa da reforma. “São esforços físicos semelhantes”, disse o relator.
Maia negou que a mudança seja decorrência do protesto de policiais civis na Câmara mais cedo, quando quebraram a chapelaria ao tentar forçar a entrada no Congresso. “Não estou tratando com esses vândalos que fizeram isso. Estou tratando com os representantes parlamentares dos policiais, que prestam um importante serviço ao país”, disse.
O diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, que participou da negociação, se recusou a comentar.
Protesto
O protesto trasncorreu normalmente desde a manhã em frente ao Congresso. Por volta das 15h20, um grupo de manifestantes desceu o gramado e se posicionou em frente à entrada da chapelaria da Câmara, a entrada principal do edifício.
A segurança, então, fechou as portas de vidro da chapelaria e o clima ficou tenso. Os policiais passaram a chutar as vidraças e quebraram algumas delas.
Em determinado momento, eles forçaram a entrada na Câmara e houve confronto campal com a Policia Legislativa dentro da chapelaria da Câmara.
A segurança controlou o tumulto com bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral. 
O líder do governo no Congresso, André Moura (PSC-SE), reclamou da manifestação. “A gente não pode permitir que esses baderneiros paralisem os trabalhos do Parlamento. Esse tipo de atitude é inadmissível”, disse.
Fonte: Valor Econômico