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A recessão terminou também no mercado de trabalho formal. No ano passado, conforme dados recém-divulgados, o número de empregos com registro em carteira na prática deixou de diminuir.

Pudéssemos desconsiderar os desempenhos negativos aberrantes da construção civil e do Rio de Janeiro, é provável que a recuperação em curso não fosse tão tímida.

De dezembro de 2016 a dezembro de 2017, registrou-se a perda de cerca de 21 mil empregos celetistas no país. Diante de um estoque de mais de 38 milhões de vagas, trata-se de queda de 0,05%, ou estagnação em termos estatísticos.

Em comparação, houve piora acumulada de quase 7% ao longo dos anos recessivos de 2015 e 2016, quando evaporaram-se quase 2,9 milhões de postos formais.

Nas estimativas otimistas do governo, um crescimento econômico em torno de 3% permitirá a criação de 1,8 milhão de empregos neste ano. Nas contas mais espartanas de analistas do setor privado, acredita-se em 1 milhão. Mesmo na previsão mais comedida, seria o melhor resultado desde 2013.

Em quase todos os setores relevantes, os números atingiram algo próximo da estabilidade. A agropecuária, os serviços e o comércio lideram a recuperação.

Já no caso da construção civil, é preciso lamentar outra vez o desempenho —um recuo de 4,6% do número de vagas em 2017.

A extravagância recessiva também continua no Rio de Janeiro, destruído por seus dirigentes. Em um Estado que responde por apenas 9% do total de empregos formais do país, foram eliminados mais de 92 mil postos de trabalho com carteira assinada, mais que o quádruplo do total nacional.

Espera-se que a construção volte ao azul neste ano, embora a recuperação não deva ser mais do que medíocre. O investimento público continuará escasso, o governo tem fracassado na tarefa de conceder obras à iniciativa privada e as empresas estão, na melhor das hipóteses, reticentes quanto à expansão da capacidade produtiva.

Quanto ao Rio de Janeiro, não parece haver solução de curto prazo à vista. Resta aguardar que os progressos no restante do país acabem por beneficiar o Estado.

Apesar das dificuldades, de inoperâncias governamentais e dos entraves típicos de anos eleitorais, é possível, porém, operar por um impulso adicional à economia.

Há ainda um ano inteiro pela frente, tempo bastante para rever entraves regulatórios das concessões, trabalhar para que tais obras saiam do papel e melhorar o ambiente geral de negócios.

Fonte: Folha de S. Paulo