IMAGEM: REVISTA MODAL
 
 
Projeto tratado pelos governos brasileiro e uruguaio há pelo menos seis décadas, a Hidrovia da Lagoa Mirim, que ligará o sul do Rio Grande do Sul ao nordeste do país vizinho, poderá, finalmente, sair do papel neste ano.
 
A iniciativa, considerada fundamental para ampliar a integração comercial binacional, especialmente na área do agronegócio, é vista como forma de resgatar o desenvolvimento econômico das cidades fronteiriças.
 
Incluída na lista de projetos prioritários do governo federal, a hidrovia passou a integrar, no ano passado, o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), sendo, inclusive, a única proposta envolvendo o modal hidroviário.
 
Em novembro de 2021, teve sua concessão autorizada pelo Palácio do Planalto, dando o pontapé inicial para o lançamento do futuro edital para sua implantação e manutenção, aguardado para o primeiro semestre deste ano.
 
Em fase avançada de estudo de viabilidade técnica e ambiental - a cargo de uma empresa privada de engenharia, e que deverá ser entregue ao longo do primeiro bimestre de 2022 -, a hidrovia tem seu potencial destacado pelo governo federal, que considera o transporte pelo trecho da Lagoa Mirim como um projeto piloto para a implementação de um futuro programa nacional de investimento no modal hidroviário.
 
Para os municípios que serão diretamente beneficiados pela obra, não por acaso regiões que carecem de investimentos, atração de empresas e geração de emprego, a hidrovia representará uma possibilidade de resgatar o desenvolvimento de anos atrás, quando a navegação fluvial na região já foi geradora de riqueza.
 
Pelo projeto, poderão ser transportados pelos mais de 300 quilômetros de extensão insumos agropecuários, fertilizantes e cargas de grãos e madeira, até então escoados exclusivamente pelas estradas, e mediante altos custos.
 
Para iniciar a obra, será necessário partir da dragagem e sinalização do Canal de São Gonçalo e da Lagoa Mirim. Esse processo permitirá ampliar a exportação fluvial de cargas, cujo carregamento se dará no Porto de Rio Grande, que deverá ampliar entre 20 e 25% sua capacidade de volume.
 
De importância estratégica também para o Estado, a exploração do modal hidroviário trará avanços na redução de custos logísticos e economia de combustível no transporte de cargas, especialmente nas de grande volume, além de ser menos danosa ao meio ambiente.
 
FONTE: JORNAL DO COMÉRCIO/RS