No dia 1º/4, a Universidade Marítima Mundial (WMU) divulgou uma pesquisa sobre a shore leave (autorização para baixar terra). De acordo com publicação na página do ITF Seafarers’ Trust – Fundo da Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes que financiou o estudo – os dados mostram um quadro negativo sobre o tema.
Segundo o relatório, oficiais são os que têm maior dificuldade em conseguir a licença, e os marítimos em embarcações offshore e petroleiros os menos propensos a desembarcar.
A pesquisa mostra, ainda, que entre todos os entrevistados, mesmo quando eles obtiveram licença para baixar terra enquanto o navio estava no porto, 47% deles passaram menos de três horas desembarcados e, no geral, 93,5% ficaram menos de seis horas fora da embarcação.
Ao todo, 5.879 marítimos responderam à consulta. Conforme observou o ITF Seafarers’ Trust, a pesquisa concluiu que mais de 1/4 dos marítimos não conseguiram ir para terra e 1/3 só desembarcou uma ou duas vezes durante todo o seu período contratual embarcado.
“O resultado chama a atenção para a necessidade de assegurar o direito de os marítimos terem acesso a facilidades em terra durante a estadia do navio no porto. Esse direito está previsto na Convenção do Trabalho Marítimo (MLC), mas vem sendo desrespeitado, como como mostra a pesquisa”, destacou o presidente do Sindmar e da Conttmaf, Carlos Müller.
Na próxima semana, a Conttmaf participará na delegação da ITF na reunião da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para a revisão da MLC e, entre as propostas apoiadas pelos marítimos, há uma que propõe melhorar o acesso ao Shore Leave.