ITF promete lutar ao lado dos sindicatos brasileiros pelo emprego dos  marítimos nacionais na nossa cabotagem - CONTTMAF

Representação sindical marítima defende capacitação continuada de trabalhadores durante seminário com especialistas do setor

O presidente da Conttmaf e do Sindmar, Carlos Müller, defendeu o estímulo à capacitação continuada como diferencial competitivo durante o “Seminário Internacional Economia Azul: Desenvolvimento, Desafios e Oportunidades”, realizado pelo Cluster Tecnológico Naval do Rio de Janeiro.

A apresentação do case Sindmar – Fundação Homem do Mar evidenciou a significativa contribuição dos cursos disponibilizados e o diferencial agregado para a marinha mercante brasileira, com mais de 3.700 profissionais treinados em padrão de excelência, possibilitando operações mais seguras e competitividade para as empresas que empregam oficiais brasileiros.

“De acordo com o Nautical Institute, o Brasil é o país com maior número de operadores DP certificados em padrão de excelência no Hemisfério Sul e o segundo maior do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. O protagonismo do Brasil nas atividades de apoio marítimo conta com a participação de cerca de 2.000 oficiais treinados nos cursos de DP da FHM ao longo dos últimos 15 anos”, comentou Müller.

O presidente da Conttmaf ressaltou, ainda, a relevância das consultorias realizadas pela FHM para o desenvolvimento de áreas portuárias, para a ampliação das operações em terminais e para a homologação de novos limites operacionais, o que permitiu o aumento de calados e de cargas transportadas.

Ao finalizar a sua apresentação, o dirigente sindical destacou dois pontos para a reflexão da Autoridade Marítima e dos profissionais do setor.

Sobre o primeiro, o Ensino Profissional Marítimo, Müller falou da necessidade de a Diretoria de Portos e Costas (DPC) dar atenção à questão da otimização do acesso a determinados cursos exigidos pela indústria marítima, para facilitar a renovação de certificados, e a um planejamento efetivo para que os marítimos que realizam cursos de atualização saiam dos centros de instrução com todos os certificados necessários para o embarque.

Com relação ao segundo ponto, a cabotagem, ele mencionou um estudo da Antaq, o qual aponta que 70% das cargas movimentadas são do setor de petróleo e gás, mas ponderou que, apesar disso, a cada ano há menos navios brasileiros em operação na cabotagem, já que a Petrobras privilegia os navios de outras bandeiras afretados por tempo.

 
Gráfico mostra a queda do número de navios do Sistema Petrobras

 

"Um país que pretende se tornar o terceiro maior produtor mundial de petróleo não pode ser totalmente dependente de navios de outros países. A política equivocada da Petrobras necessita ser corrigida”, advertiu o presidente da Conttmaf ao apresentar a curva decrescente da frota da Transpetro, que evidencia a gestão da empresa vocacionada para o fracasso da bandeira brasileira.