Dirigentes sindicais se reuniram na sede da ITF Américas (Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes) nos dias 11 e 12 deste mês, no Rio de Janeiro, para discutir meios de buscar condições laborais justas para todos os trabalhadores no transporte aquaviário na hidrovia Paraguai-Paraná.

Há tempos a representação sindical de Brasil, Argentina e Uruguai vem denunciando a situação injusta com os aquaviários e seus sindicatos no Paraguai, a falta de liberdade sindical e as condições de trabalho inseguras praticadas por empresas de navegação estabelecidas neste país.

“Isso vem alijando profissionais do mercado de trabalho. Existe um verdadeiro dumping social e ambiental por causa das condições laborais oferecidas pelo Paraguai e, também, pela bandeira Boliviana, que são aviltantes. Estão muito abaixo daquelas praticadas na Argentina e no Uruguai. A bandeira brasileira praticamente desapareceu da hidrovia”, denunciou o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aquaviários e Afins (FNTTAA), Ricardo Ponzi.

Segundo o dirigente sindical, é urgente que a ITF, com o apoio de seus afiliados na seção de navegação interior, apoie medidas para implementar uma política laboral-social na região a fim de beneficiar todos os trabalhadores da hidrovia.

Ponzi cobra, ainda, a aplicação das condições estabelecidas pela Organização Marítima Internacional (IMO) em relação à formação dos aquaviários, o que não é exigido atualmente pelo Paraguai”, criticou o presidente da FNTTAA.

O tema da Hidrovia Paraguai-Paraná faz parte das propostas apresentadas pela Conttmaf ao governo brasileiro com o objetivo de fortalecer os setores portuário e aquaviário.

Além disso, entidades aquaviárias de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai propuseram para a próxima conferência regional da ITF, que ocorrerá no México, em agosto, uma moção sobre o tema, para buscar viabilizar a implementação de ações objetivas na região e o fortalecimento dos sindicatos em defesa dos trabalhadores representados.

A Hidrovia Paraguai-Paraná (HPP) tem 3.442 km de extensão e abrange cinco países: Bolívia, Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina.

O encontro foi promovido pela ITF a pedido das entidades sindicais filiadas, que buscam alinhar um plano de ação em defesa de condições de trabalho justas para os marítimos da região. Estiveram presentes neste encontro dirigentes sindicais da navegação interior de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai filiados à ITF.