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Viajar demais a trabalho pode fazer mal à saúde, segundo novo estudo de professores americanos. Profissionais que passam mais da metade do mês em viagens de negócios apresentam mais sintomas de ansiedade e depressão na comparação com aqueles que ficam fora por no máximo seis dias. 

Conduzido por professores da área de saúde da Universidade de Columbia e da Universidade da Cidade de Nova York (CUNY, na sigla em inglês), o estudo usou uma base de dados de mais de 18 mil profissionais que participaram de exames de saúde em 2015, como parte do programa de bem-estar oferecido pelas suas empresas. 

Além de apontar quanto tempo o profissional passa viajando a trabalho, o exame coletou informações sobre hábitos como bebida e fumo, e se a pessoa sentia dificuldade para dormir. Testes desenvolvidos por profissionais da área da saúde foram usados para determinar sintomas de depressão e ansiedade. Os resultados foram publicados recentemente no "Journal of Occupational and Environmental Medicine".   

Quanto mais dias os profissionais passaram viajando a trabalho, maior foi a presença de sintomas de ansiedade e depressão entre os participantes. Quem fica mais de duas semanas por mês viajando também se mostrou mais propenso a fumar, ser sedentário e ter dificuldade para dormir. 

Para Andrew Rundle, professor da Mailman School of Public Health, da Universidade de Columbia, e um dos coautores da pesquisa, embora viagens de negócio sejam importantes para se obter avanços na carreira, viagens frequentes demais podem gerar consequências psicológicas que nem sempre são levadas em conta por profissionais e por empresas.

Na sua experiência, a preocupação das companhias se restringe a aspectos externos como a necessidade de tomar vacinas antes de viajar e a oferta de seguros para evacuação em caso de acidentes. "A nível individual, funcionários que viajam com muita frequência precisam se responsabilizar pelas decisões que tomam em relação a dieta, exercício, sono e consumo de álcool. Mas para fazer isso eles precisarão de apoio das suas empresas, que podem oferecer uma cultura corporativa que incentiva viagens mais saudáveis", diz o pesquisador.

Fonte: Valor Econômico