IMAGEM: COORDENADORIA DE IMPRENSA/PORTO DE RECIFE
Embarcação registrou nove casos da Covid-19 entre os 19 viajantes
Dois filipinos, tripulantes do navio Shoveler, que está atracado no Recife desde a última semana de junho por conta da identificação de casos da Covid-19 entre os viajantes, tiveram resultado positivo para infecção pela variante Delta do coronavírus.
Os dois estão internados em enfermarias de uma unidade de saúde da rede privada do Estado e têm quadro clínico estável, de acordo informações da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE).
Um outro tripulante segue internado em um leito de terapia intensiva, também na rede privada, mas não foi possível detectar qual a cepa do coronavírus com a qual ele foi infectado.
O Shoveler partiu da Suécia e tinha como destino final o Paraná, no Sul do Brasil. Mas, por conta da contaminação relatada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a atracação no Porto do Recife.
Dos 19 tripulantes da embarcação, nove foram diagnosticados com a Covid-19. Fora os três internados, os demais estão isolados no próprio navio e passam bem.
Embora tenha sido feita apenas duas confirmações de infecção pela variante Delta no grupo, é possível que outros tripulantes também tenham sido afetados por ela.
Mas, segundo o titular da SES-PE, André Longo, apenas as duas amostras analisadas tinham grau de virulência que permitisse a realização do sequenciamento genético. As outras sete não chegaram a passar pelo processo.
André Longo disse ainda que 27 profissionais de saúde tiveram contato com os pacientes do navio e, por isso, estão sendo monitorados.
Até o momento, uma profissional teve o resultado positivo para a Covid-19, mas está assintomática, em isolamento domiciliar.
A amostra da profissional de saúde também passará por sequenciamento genético, a fim de investigar a presença ou não da variante Delta. Já as pessoas que tiveram contatos direto com ela estão sendo monitoradas.
Vacinas
A Delta, identificada pela primeira na Índia, é até 60% mais transmissível que a versão original do Sars-CoV-2 e, segundo estudos preliminares, é neutralizada somente com duas doses de vacina.
Na semana passada, já com a presença do Shoveler em território estadual, foi dada autorização para a antecipação da segunda dose do imunizante da AstraZeneca/Oxford/Fiocruz, passando o intervalo mínimo entre as aplicações para 60 dias.
Apesar de a Fiocruz ter mantido a orientação de aplicar com a segunda dose após 12 semanas da primeira, o Governo de Pernambuco manteve a estratégia.
“Se há doses exclusivas para D2 (dose 2) na prateleira, é importante que seja antecipado, pois está confirmado que são as duas doses que protegem contra as variantes, sobretudo a Delta. Se nós tivéssemos doses específicas apenas para D1, não estaríamos utilizando para D2. Mas, se tem dose e as pessoas têm tempo (de intervalo) recomendado pela bula da AstraZeneca e confirmado em orientação da Anvisa, não tem porque não acelerar”, explicou André Longo.
“Esses casos identificados aqui são classificados como importados, não tendo sido detectada ainda transmissão local da Delta. Seis outros estados já registraram casos da Delta, alguns com casos de transmissão comunitária. Isso só reforça a necessidade de acelerar a vacinação, sobretudo a vacinação completa, que é a que protege contra a variante", completou.
A partir da confirmação dos dois casos da variante Delta no Estado, o Governo de Pernambuco entrou em contato com o Ministério da Saúde para solicitar medidas especiais.
"Solicitamos o mesmo tratamento dado ao Maranhão após a confirmação dos casos da variante Delta lá. Foi solicitado o envio de 840 mil testes de antígeno e de 420 mil doses extras de vacina”, completou André Longo.
“Temos progredido bastante na imunização da nossa população desde o início da campanha de vacinação. Mas é preciso intensificar esse trabalho, porque sabemos que, quanto mais pessoas imunizadas com as duas doses das vacinas tivermos, e mais rapidamente, menor será a propagação dessa variante, que tem preocupado o mundo todo”, frisou o governador Paulo Câmara.
FONTE: FOLHA DE PERNAMBUCO