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Navio partiu do porto de Açu, no norte do Rio de Janeiro; os 21 tripulantes ficaram protegidos em um espaço contra pirataria no veículo

A Marinha da Índia resgatou, nesta sexta-feira (5), a tripulação de um navio cargueiro que transportava minério de ferro do Brasil, após uma tentativa de sequestro no Mar da Arábia na quinta-feira (4). 

Um navio de guerra da Marinha indiana interceptou o graneleiro MV Lila Norfolk, de bandeira liberiana, menos de um dia após receber um alerta de que a embarcação havia sido alvo de sequestradores a cerca de 460 milhas náuticas (850 km) da Somália.

Cinco a seis pessoas armadas abordaram o navio na quinta-feira, de acordo com um relatório recebido pela agência UK Maritime Trade Operations, que pontuou que a tripulação havia se escondido na cidadela do navio, espaço que costuma ser equipado com meios de comunicação e suprimentos, usado em caso de pirataria.

A Marinha ressaltou que todos os 21 tripulantes a bordo, incluindo 15 indianos, foram retirados, e um navio de guerra estava ajudando a restaurar a energia para que o veículo pudesse retomar sua viagem.

Segundo dados do terminal da LSEG, uma empresa de infraestrutura de mercados internacionais, o navio partiu do porto de Açu, no norte do Rio de Janeiro. O navio tinha como destino Khalifa bin Salman, no Bahrein, de acordo com a empresa britânica de segurança marítima Ambrey.

O Lila Norfolk, com capacidade para 170 mil toneladas, transporta minério de ferro. Não ficou claro até o momento quem é o dono da carga. A Anglo American, que exporta minério de ferro pelo porto, não comentou o assunto.

“A tentativa de sequestro pelos piratas foi provavelmente abandonada com o aviso vigoroso da Marinha indiana, aeronave de patrulha marítima, de interceptação por um navio de guerra da Marinha indiana”, destacou a Marinha em um comunicado.

A Marinha indiana aumentou a vigilância no Mar da Arábia após os recentes ataques na região.

O sequestro e a tentativa de sequestro de navios comerciais no Golfo de Áden e no Mar da Arábia recomeçaram em dezembro, após seis anos de hiato.

Os especialistas acreditam que os piratas foram encorajados a retomar ataques após as forças navais antipirataria lideradas pelos EUA terem desviado sua atenção para o Mar Vermelho, na tentativa de impedir os ataques dos rebeldes houthis na região.

Dados do Centro de Fusão de Informações da Marinha Indiana da Região do Oceano Índico mostram ao menos três sequestros em dezembro. O último incidente desse tipo foi registrado em 2017.

“O súbito ressurgimento dos sequestros e ataques a navios só pode ser atribuído à disposição dos piratas de aproveitar o fato de que o foco das forças marítimas antipirataria mudou em grande parte do Golfo de Áden para o Mar Vermelho”, ponderou Abhijit Singh, chefe da Iniciativa de Política Marítima do think tank Observer Research Foundation em Nova Délhi.

A Índia não faz parte da força-tarefa liderada pelos EUA no Mar Vermelho.

FONTE: CNN