IMAGEM: SUEZ CANAL AUTHORITY/HANDOUT VIA REUTERS
A Autoridade do Canal do Suez exige uma indenização de 916 milhões de dólares (767 milhões de euros) aos proprietários do porta-conteineres Ever Given para libertar o navio
Um tribunal egípcio rejeitou este domingo o recurso apresentado pela empresa japonesa proprietária do navio que em março bloqueou o Canal de Suez, e que vai continuar apreendido pelas autoridades do Egito até que seja alcançado um acordo.
A imprensa local noticiou que o Tribunal Econômico de Ismaília, capital da província homônima na margem ocidental do Canal de Suez, confirmou a decisão tomada anteriormente, pelo que o navio permanecerá retido por precaução, uma vez que a entidade que gere o canal, Autoridade do Canal de Suez, ainda não chegou a acordo com a empresa japonesa.
Este arresto terá sido decretado como garantia pela compensação financeira que a autoridade do Canal reclama aos proprietários do navio. Estão a decorrer negociações entre a entidade que opera o Canal e o proprietário do navio porta-conteineres Ever Given sobre quem deve pagar as perdas originadas pelo bloqueio do tráfego marítimo durante o tempo em que o navio esteve encalhado no Canal.
O navio, de 400 metros e com uma capacidade de 200 000 toneladas, bloqueou a circulação no Canal do Suez depois de encalhar e ter ficado atravessado, a 23 de março. A situação só foi resolvida após várias tentativas, seis dias depois.
O advogado os proprietários do porta-conteneires avançou que haverá uma próxima audiência a 29 de maio. Inicialmente, estava previsto que o porta-conteneires retomasse o caminho rumo a Roterdam (Países Baixos), mas acabou preso no Egito.
Numa primeira estimativa após o incidente, a Autoridade do Canal de Suez calculou perdas entre 12 e 15 milhões de dólares (entre 10 e 12,8 milhões de euros) por cada dia que o Ever Green bloqueou a passagem marítima, gerando um grande engarrafamento.
Mais de 400 embarcações de diferentes tipos chegaram a acumular-se no Mar Vermelho e no Mar Mediterrâneo a aguardar a possibilidade de atravessar o canal, por onde passa mais de 10% do comércio marítimo mundial.
FONTE: JORNAL EXPRESSO