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IMAGEM: Pixabay/papazacharia
 
 
A imprensa repercutiu na última semana as consequências da alta do frete no dia a dia do consumidor, que terá de pagar mais caro pelos produtos que leva para casa. O aumento é associado à disparada no preço do petróleo, à guerra na Ucrânia e ao aumento nos casos de Covid-19 na China.
 

De acordo com o jornal “O Globo”, especialistas dizem ser inevitável o repasse do aumento nos custos com transporte marítimo, rodoviário e internacional ao preço final dos produtos.

Na matéria, a Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem – Abac destaca a variação no preço do óleo combustível por tonelada – que custava US$ 600 entre o fim do ano passado e início de 2022 e chegou a ultrapassar US$ 1 mil dólares agora em março – como fator para o repasse às cargas.

Uma publicação da Companhia Nacional de Abastecimento – Conab afirma que os preços do frete marítimo seguem tendência de alta e podem superar a casa dos 20%, a depender da rota e do produto transportado.

Para a representação sindical, a instabilidade no setor vai além de questões econômicas. Em sua avaliação, o cenário atual serve de alerta para que o Brasil não seja um país dependente de outras nações.

“É preciso investir em uma marinha mercante genuinamente nacional, reduzir a dependência externa aumentando a frota de embarcações de bandeira brasileira e garantir que os navios sejam tripulados por brasileiros. Além disso, a desastrosa política de paridade com o preço internacional dos combustíveis necessita ser abandonada. Não faz sentido um país que utiliza essencialmente petróleo nacional em suas refinarias balizar no mercado internacional os preços dos combustíveis produzidos”, analisa Carlos Müller, presidente da Conttmaf e do Sindmar.

O dirigente sindical complementa, ressaltando que essa política injusta contribui para aumentar a fome e a insegurança alimentar no Brasil. “As decisões equivocadas do governo no campo econômico e na infraestrutura priorizam o lucro exorbitante das empresas, inclusive da Petrobras, causando prejuízo aos brasileiros, como diminuição do poder de compra e falta de acesso a produtos da cesta básica de alimentos”, conclui.