Vista aérea do porto de Rosário, na Argentina, às margens do rio Paraná

IMAGEM: Marcos Brindicci/REUTERS

 

Trabalhadores portuários argentinos disseram na terça-feira que farão uma greve de 48 horas a partir da meia-noite desta quarta-feira, depois de terem travado as exportações agrícolas do país na semana passada com uma paralisação de atividades em meio a demandas de que a categoria seja vacinada contra Covid-19.

O tráfego de cargas no centro portuário de Rosário, de onde saem cerca de 80% das exportações de grãos do país, foi prejudicado na semana passada por uma greve de capitães de rebocadores e outros trabalhadores do porto marítimo.

Na noite de terça-feira, um grupo de 11 sindicatos divulgou um comunicado anunciando a nova paralisação.

Eles pedem para serem designados como trabalhadores essenciais, o que os tornaria aptos à vacinação contra o coronavírus.
 

Até agora, 75.056 pessoas morreram do vírus na Argentina, com o país sendo atingido por uma segunda onda de infecções.

A Argentina estabeleceu um toque de recolher noturno em meio a uma intensificação pelo governo de esforços para conter a propagação da Covid-19.

Os sindicatos disseram que a nova greve foi convocada “devido ao aumento exponencial dos casos, a lamentável perda de vários colegas e o fracasso de todas as negociações que mantivemos com as autoridades nacionais”.

Os únicos grupos com prioridade para vacinas na Argentina até agora foram trabalhadores da saúde, policiais e professores.

O país é o terceiro maior fornecedor mundial de milho e o maior exportador de farelo de soja, usado como ração para engordar suínos e aves da Europa ao Sudeste Asiático.

A greve da semana passada deixou sete navios cargueiros encalhados em Rosário, devido à queda do nível das águas do rio Paraná, até que pudessem ser rebocados para fora do porto. O último dos sete navios foi rebocado de Rosário na manhã de terça-feira.

As greves ocorrem em meio à temporada de exportação, com os agricultores argentinos colhendo soja e milho, as duas principais safras comerciais do país.

FONTE: REUTERS