IMAGEM: (Germano Lüders/EXAME)
Categoria rejeitou contraproposta da Petrobras e reivindica reposição das perdas salarias, mais ganho real de 3%, dentre outras demandas
Trabalhadores da Petrobras iniciam uma série de paralisações nas unidades da estatal por todo o país a partir desta sexta-feira (27). A mobilização foi organizada pelos sindicatos ligados à Federação Única dos Petroleiros (FUP) e à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). O movimento conjunto ocorre em resposta à contraproposta da Petrobras para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), amplamente rejeitada pela categoria.
Os petroleiros reivindicam, além do ganho real de 3%, mais 3,8% de reposição de perdas passadas e equiparação entre tabelas salariais da Petrobras e das subsidiárias. A estatal, no entanto, propõe 1% de ganho real, além da reposição da inflação, que já foi antecipada, totalizando 5,66% de reajuste.
Além disso, a categoria considera prioritários os “resgates” do plano de saúde – (ex-AMS – Assistência Multidisciplinar de Saúde) – e do fundo de pensão da Petrobras, a Petros. Outras demandas incluem ainda o pagamento das horas-extras que foram suspensas durante o governo Bolsonaro, bem como a anistia de trabalhadores grevistas demitidos na gestão anterior. Além, dentre outras, questões ligadas à saúde e segurança do trabalho.
Nesse sentido, as paralisações serão intercaladas, por segmento. Começam amanhã nas refinarias e usinas termelétricas (UTEs) e prosseguirão na semana seguinte. As subsidiárias da Petrobras param na segunda (30), e as unidades administrativas, na terça (31). Por fim, as bases de exploração e produção, na quarta (1º).
Lucro apenas aos acionistas?
Em nota, a FUP destaca que, entre 2021 e 2022, a Petrobras distribuiu mais de R$ 380 bilhões em dividendos. “Não dá para aceitar que uma empresa desse porte, com resultados extraordinários, continue sacrificando os trabalhadores para enriquecer acionistas”, afirma o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.
Assim, os petroleiros apontam que projeto do governo anterior, focado na rentabilidade máxima para o mercado financeiro, teve “consequências nefastas para o país e para os trabalhadores”. Ao longo desse processo, alegam que a empresa produziu “gravíssimo quadro de sofrimento mental, assédios, doenças ocupacionais e insegurança que afeta a categoria”.
“Houve um desmonte da AMS no último governo, além de redução dos efetivos, retirada de direitos, transferências compulsórias que levaram muitos trabalhadores ao adoecimento mental e físico. Estamos sob nova gestão, é essencial que esses danos sejam reparados”, finaliza Bacelar.
FONTE: REDE BRASIL ATUAL