Apesar da propaganda oficial, o mercado formal abriu somente 33.659 vagas em maio, o que significa quase uma estabilidade no estoque, com variação de 0,09%, conforme os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados no final da tarde de quarta-feira (20) pelo Ministério do Trabalho.
O resultado, que é inferior ao de maio do ano passado e também abaixo do esperado por analistas de mercado, se concentrou na agricultura e nos serviços, já que indústria e comércio fecharam vagas. O estoque de empregos é de 38,249 milhões, menos do que em maio de 2016, quando a então presidente, Dilma Rousseff, foi afastada (38,786 milhões).
Ainda assim, e ignorando o fato de que o total de desempregados no país supera os 13 milhões de pessoas, Temer fez festa, antecipando o resultado do Caged por meio de sua conta pessoal no Twitter.
Mas comemorar o quê? Do saldo de quase 34 mil postos de trabalho com carteira assinada, aproximadamente 10% (3.220) são da modalidade intermitente, com menor proteção, criada com a reforma da legislação trabalhista (Lei 13.467). Foram 4.385 contratações e 1.165 demissões em 1.261 estabelecimentos. Segundo o ministério, 25 empregados celebraram mais de um contrato. Dos 3.220 contratos intermitentes, mais da metade (1.388) foi no setor de serviços.
Outro dado do Caged revela que, mais uma vez, o mercado “troca” trabalhadores pagando menos. O salário médio de admissão no mês passado foi de R$ 1.527,11, enquanto os demitidos recebiam R$ 1.684,34.
Já no vértice da pirâmide, a situação é inversa. De acordo com o relatório global de 2018 publicado pela consultoria Capgemini, o Brasil ganhou 7 mil milionários em 2017, quando registrou 171.480 ricaços.
A Capgemini listou as pessoas com patrimônio superior a US$ 1 milhão, excluídos a residência oficial, obras de arte e coleções de bens monetizáveis. O patrimônio desse grupo de brasileiros somava US$ 4,5 trilhões no ano passado.
Para mostrar o grau de concentração de renda no país, o PIB brasileiro, o total de bens, serviços e renda produzidos a cada ano, foi de US$ 2,05 trilhões em 2017. Os mais ricos representam 0,8% da população (209 milhões). Mas têm renda e patrimônio superior a mais de 60% dos brasileiros.
FONTE:Monitor Mercantil