Repsol destinou mais de 840 profissionais para a limpeza do litoral peruano

IMAGEM: CRIS BOURONCLE/AFP

 

A petroleira espanhola Repsol informou nesta segunda-feira (14) que realizou uma reclamação ante os proprietários do navio-tanque Mare Doricum pelos efeitos do derramamento de quase 12 mil barris de petróleo no litoral do Peru.

"Através de seus advogados, a Repsol apresentou uma reclamação ante os proprietários do Mare Doricum e suas seguradoras, que supõe o início do processo de cobertura dos danos ocasionados pelo derramamento do petróleo", informou a empresa em comunicado enviado à AFP.

O Mare Doricum, de bandeira italiana, é um navio de tipo Suezmax, construído em 2009 e de propriedade do estaleiro italiano Fratelli d'Amico.

A embarcação está atualmente ancorada perto do litoral de La Pampilla e do porto de Callao, o principal do Peru, com proibição de zarpar por ordem das autoridades peruanas.

A Repsol não detalhou em qual instância apresentou a reclamação, nem quais são suas intenções a respeito.

O vazamento de óleo é atribuído pela empresa petrolífera espanhola ao tsunami causado pela erupção vulcânica submarina ocorrida em Tonga, no Pacífico Sul, quando o Mare Doricum descargava cerca de um milhão de barris de petróleo na refinaria La Pampilla da Repsol, na localidade de Ventanilla, 30 quilômetros ao norte de Lima.

O governo peruano classificou o ocorrido de "desastre ecológico", pelo qual já impôs uma multa de 122.000 dólares a Repsol, enquanto ainda está em andamento outro procedimento que poderia resultar em uma multa de 4,7 milhões de dólares.

Sobre a reclamação apresentada pela Repsol, o ministro do Meio Ambiente peruano, Modesto Montoya, disse à rádio local RPP que "a empresa [Repsol], ao invés de estar limpando, está buscando outros culpados".

Segundo Montoya, foram recolhidos cerca de 2.000 barris do total derramado e, mesmo estimando que a limpeza das praias avançou em 70%, ressaltou que ainda falta recolher "tudo o que está depositado no fundo do mar".

A Repsol garante que concluirá a limpeza de toda a costa contaminada com petróleo em meados de março.

A mancha de se espalhou pelo mar e pelo litoral por até 140 quilômetros ao norte da refinaria, provocando a morte de uma quantidade indeterminada de peixes, aves e mamíferos marinhos. Ademais, deixou sem trabalho centenas de pescadores artesanais e comerciantes das praias.

O presidente de Repsol no Peru e outros três diretores estão proibidos de deixar o país enquanto avançam as investigações sobre o vazamento.



FONTE: JORNAL ESTADO DE MINAS/REPSOL