IMAGEM: Alfredo Matos/Governo do Pará
Ministro do Trabalho reúne informações para atualizar legislação e reverter retrocessos aprovados por Temer e Bolsonaro; expectativa é votar no Congresso ainda em 2023
Desde o final de 2017 os trabalhadores passaram a ter os seus direitos aviltados pela aprovação da Reforma Trabalhista no governo Michel Temer (MDB). Com Jair Bolsonaro não foi diferente: houve diminuição de valores de arrecadação das empresas para os trabalhadores (FGTS) e alteração de Normas Regulamentadoras (NRs) que causaram o aumento de acidentes de trabalho.
Estudo divulgado pela Lagom Data comprova isto ao apontar que a maior onda de ataques à CLT ocorreu nos seis anos pós-golpe de 2016, sob os governos ultraliberais de Temer (MDB, 2016-2018) e Bolsonaro (PL, 2019-2022). Juntos responderam por 1.397 das 3.946 alterações – o equivalente a 35%. Já a ditadura militar – que durou 21 anos (1964-1985) – foi responsável por 1.286 mudanças.
Como forma de reverter os retrocessos aprovados no período e atualizar a legislação trabalhista, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, em entrevista à Agência Brasil, relatou que o governo trabalha para que as novas propostas sejam apresentadas até o final de julho. As discussões quanto a esta revisão são debatidas em grupos de trabalho tripartites em que participam governo, trabalhadores e empregadores.
Com as informações sistematizadas pelos grupos, Marinho pretende apresentar uma versão final e entende que as propostas possam ser votadas no Congresso Nacional ainda em 2023.
De acordo com o ministro, a atuação do governo é apenas de intermediação nos grupos: “O propósito do governo é mais de coordenar as partes, de provocar, para que as partes construam o entendimento. É evidente que o governo tem um posicionamento, mas desejamos que as partes construam esse entendimento porque, seguramente, isso será melhor para a tramitação no Congresso Nacional”, explicou Marinho.
Um dos temas que será trabalhado em termos de atualização da legislação trabalhista é o da regulação que envolve trabalhadores por aplicativos, como Uber, Ifood, Rappi e 99.
“O que as famosas plataformas estão fazendo no Brasil e no mundo é ir transformando os trabalhadores quase que em escravos dos algoritmos. Precisamos reagir para criar condições para que os trabalhadores sejam respeitados”, afirmou o ministro que espera que as plataformas digitais “venham para a mesa no propósito de construção”.
FONTE: Agência Brasil