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Com janeiro a aproximar-se a passos largos, e a consequente saída do Reino Unido da União Europeia, os portos britânicos preparam-se para o Brexit, com ou sem acordo comercial.
Depois de quase quatro décadas com as mercadorias a circular livremente, os portos da Grã-Bretanha enfrentam agora o desafio de levantar fronteiras aduaneiras com os 27 Estados-membros do bloco europeu, o seu maior parceiro comercial.
O Porto de Hull não enfrenta, para já, as perturbações esperadas no condado de Kent. O Porto de Dover está a construir um depósito de desalfandegamento com espaço para até 2.000 camiões.
Mais de 80% das mercadorias que passam pelos dois portos do rio Humber são provenientes da União Europeia, segundo o porta-voz da Associated British Ports, Dafydd Williams:
"Todos os consumidores notariam se algo acontecesse nos portos de Humber. O maior exemplo disso seria no setor da energia. Assim, cerca de 10% de toda a energia do Reino Unido é fornecida por materiais que atravessam os portos Humber. Para além disso, todos os alimentos e os fornecimentos médicos em proporções significativas passam também por aqui. Se algo acontecesse aqui ou não se conseguisse manter os portos abertos, seria apenas uma questão de duas ou três semanas até que a nação ficasse realmente em dificuldades".
Caso o Reino Unido e a União Europeia não consigam chegar a um acordo de comércio livre antes do final do ano, serão aplicadas tarifas a muitas mercadorias, trazendo mais perturbação, burocracia e despesas.
De acordo com um estudo da Universidade London School of Economics, o custo de um Brexit sem acordo, para a economia do Reino Unido, será três vezes superior ao da pandemia da Covid-19.
FONTE: EURONEWS