IMAGEM: PETROBRAS
A Agência Nacional do Petróleo publicou no dia 18 o relatório final sobre o acidente na plataforma P-19, da Petrobrás, ocorrido em agosto do ano passado, que deixou um morto. O incidente aconteceu dentro da sala dos motogeradores diesel auxiliares da plataforma, onde estavam quatro trabalhadores realizando serviços de manutenção. O relatório aponta para as causas que culminaram no acionamento incorreto do sistema de combate a incêndio, que inundou a sala com dióxido de carbono (CO2). Com a aprovação do documento, a ANP iniciará agora o processo que determinará as sanções a serem aplicadas contra a Petrobrás.
Segundo a agência, as cinco causas-raiz do incidente foram: falha no projeto; falha na inspeção e teste do sistema fixo de CO2; falha na avaliação dos riscos na Permissão de Trabalho (PT), que não trouxe análise prévia dos perigos existentes no ambiente de trabalho; falha na comunicação dos riscos, não havendo adequada sinalização nos locais protegidos por sistema fixo de combate a incêndio por CO2; e falha de treinamento, incluindo treinamento de conscientização (briefing de chegada), sendo que parte dos funcionários não tinha conhecimento suficiente sobre o alarme de CO2, conhecendo apenas o alarme de emergência da plataforma.
Para a ANP, essas cinco causas principais levaram aos fatores causais: o acionamento incorreto, na sala, do sistema fixo de CO2 e a permanência de pessoas no local após alarme de liberação do CO2. Dois dos funcionários conseguiram sair da sala a tempo, e os outros dois foram resgatados, posteriormente, pela equipe de brigadistas da plataforma, sendo que um deles não resistiu e faleceu.
A partir dessas conclusões, a ANP elaborou 16 recomendações à indústria (que, na linguagem de segurança operacional, significam ações obrigatórias). Essas sugestões abrangem questões relacionadas a estabelecimento ou revisão de procedimentos e testes que a empresa deverá realizar; equipamentos que precisarão ser instalados, como válvulas e alarmes; alteração de documentos, como a alteração na sistemática de emissão de PT, ou análise dos riscos antes da emissão de PT; treinamentos e instruções aos funcionários; entre outras.
“Foram ainda emitidas determinações relacionadas a outras falhas identificadas na vistoria à plataforma, que não contribuíram para o incidente, mas deverão ser reparadas pela empresa. A maior parte dessas medidas deverão ser tomadas não somente na plataforma P-19, mas também em toda indústria, nas instalações que não estejam adequadas, de forma a evitar que ocorram futuramente outros incidentes semelhantes”, detalhou a ANP.
FONTE: PETRONOTÍCIAS