IMAGEM: Stérfeson Faria/ Ag. Petrobras

A Petrobras pediu um prazo adicional de três semanas para informar se haverá negociações coletivas sobre teletrabalho com os petroleiros, conforme reivindica a categoria. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) se reuniu com a gestão de Recursos Humanos da companhia, nesta sexta-feira (7), para tratar sobre a alteração da escala do teletrabalho.

Cibele Vieira, diretora da FUP, explicou que a reunião não foi deliberativa. “Em contrapartida, já que não sairia uma decisão desse encontro, solicitamos que, nesse período, a empresa não dê encaminhamento a mudanças unilaterais na escala do teletrabalho e não dê continuidade à divulgação do termo de adesão individual, que, por essência, se contrapõem a uma negociação coletiva”, explicou.

Durante a reunião, a FUP cobrou esclarecimentos sobre os motivos que levaram a Petrobras a propor, de forma unilateral, mudanças no regime de teletrabalho, aumentando o número de dias de trabalho presencial. “Precisamos entender a necessidade dessa mudança, isso tem que fazer sentido”, afirmou Vieira, ressaltando a falta de dados e informações concretas que justifiquem as novas demandas da companhia.

A resistência da Petrobras em negociar uma regra coletiva para o teletrabalho tem gerado ansiedade e insegurança na categoria. A federação continuará mobilizando a categoria petroleira, para que as regras do teletrabalho sejam estabelecidas por meio de negociações coletivas com os sindicatos, inclusive com a inclusão do tema como cláusula do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). Enquanto isso, os petroleiros continuam em estado de greve nas bases administrativas e escritórios da Petrobras, de acordo com decisão tomada em assembleias da categoria.

Fórum de Efetivos

A FUP e a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) retomaram o debate com a Petrobras sobre a recomposição dos quadros de trabalhadores próprios, por meio da reativação do Fórum de Efetivos do Sistema Petrobras, desativado há quase dez anos. As federações propuseram a criação de uma política contínua de reposição de efetivos, visando atender às necessidades de segurança e crescimento da empresa. Durante o evento, foi destacada a importância da participação sindical e abordadas questões urgentes sobre a situação crítica do efetivo atual. A Petrobras está priorizando a contratação de trabalhadores próprios, mas há falta de clareza sobre números específicos devido ao avanço da terceirização.

“Esperamos que a Petrobras desenvolva uma política de gestão de efetivos que leve em consideração não apenas a reposição de quadros, mas também questões fundamentais como saúde, segurança operacional e segurança das instalações”, destacou a representante da FUP, Miriam Cabreira, observando que a política de gestão de efetivos precisa estar alinhada com a política de Saúde, Meio Ambiente e Segurança (SMS).

FONTE: MONITOR  MERCANTIL