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A Petrobras não vai mais vender três áreas de exploração de petróleo terrestre. A estatal informou nesta segunda-feira (4) que encerrou os processos de desinvestimento do Polo Urucu, no Amazonas, do Polo Bahia Terra e do Campo de Manati (Bahia). Do mesmo modo, também não vai mais se desfazer da Petrobras Operaciones S.A. (subsidiária da Petrobras na Argentina).

O objetivo, conforme a companhia, é “maximizar o valor do portfólio com foco em ativos rentáveis, repor a reservas de óleo e gás, inclusive com a exploração de novas fronteiras”. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) comemorou a decisão.

“É um passo importante para a reconstrução da empresa, que vinha sofrendo com a privatização de diversos ativos importantes nos últimos governos”, afirmou o coordenador-geral da FUP, Deivyd Bacelar. Para ele, o fato relevante divulgado hoje “ratifica o posicionamento do governo federal e da nova gestão da estatal, de que a empresa volta a cumprir seu papel de desenvolvimento econômico e social”.

Ele ressaltou que a função primordial da Petrobras é garantir a independência nacional no abastecimento de petróleo. Nesse sentido, a oferta de combustíveis a preços razoáveis ajuda a fortalecer e expandir a cadeia produtiva e a geração de empregos no país.

Do poço ao posto

“A população precisa ter clareza de que as empresas estatais não devem ter o objetivo exclusivo de obter lucro apenas pelo lucro. São empresas que têm como acionista majoritário o Governo Federal. Por esse motivo, também têm o compromisso com os desenvolvimentos econômico, social e sustentável de todo o país”, frisou Bacelar.

Assim, a expectativa agora é que a Petrobras revise a venda de outros ativos privatizados durante os governos Temer e Bolsonaro. “Esperamos agora que a BR Distribuidora, Liquigás, os gasodutos, as refinarias e outros ativos estratégicos voltem a ser da Petrobras. E que a empresa volte a participar da comercialização e distribuição em todo o Brasil. Do poço ao posto”, disse o líder petroleiro.

Acordo da Petrobras com os árabes

Além disso, a Petrobras assinou neste domingo (3) um memorando de entendimentos (MOU) com o grupo Mubadala Capital. O objetivo é desenvolver estudos abrangendo futuros negócios no segmento de refino, com destaque para avaliação de participação em projeto de biocombustíveis.

O grupo Mubadala, dos Emirados Árabes Unidos, adquiriu a antiga refinaria Landulpho Alves (Rlam) – atual refinaria Mataripe – na Bahia. A unidade foi privatizada em 2021, durante o governo Bolsonaro. Atualmente o fundo árabe desenvolve um projeto de uma biorrefinaria integrada, com foco na produção de diesel renovável e querosene de aviação sustentável.

“Este memorando está alinhado à nossa visão estratégica, que visa preparar a Petrobras para um futuro mais sustentável e contribuir para o sucesso dos nossos planos de transição energética”, afirmou o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.

Privatização em xeque

Também no domingo, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu a parceria da Petrobras com Acelen (subsidiária do fundo Mubadala) para desenvolver o projeto de biorrefino, mas afirmou que a venda da Mataripe foi um erro. Nesse sentido, ele defendeu que a recompra da refinaria pela Petrobras.

“Entendemos do ponto de vista da segurança energética e da nova geopolítica do setor de petróleo e gás, respeitadas as regras de governança da Companhia, que a Petrobras deve avaliar e recomprar a Rlam”, disse o ministro.

De acordo com o ministro, os moradores da Bahia e de Sergipe, que são atendidos pela refinaria, não estão sendo beneficiados pela nova política de preços da Petrobras. Isso porque, desde a privatização da refinaria, o combustível fornecido pela Acelen tem registrado preços mais elevados que o da Petrobras. “O povo baiano e sergipano tem pago preços de combustíveis mais caros do que em regiões de influência das refinarias cujo controle é da Petrobras”, ressaltou o ministro.

FONTE: REDE BRASIL ATUAL