Fotografados, de mãos dadas: Lula, Xi Jinping (China), Cyril Ramaphosa (África do Sul), Narendra Modi (Índia) e Sergey Lavrov (ministro de relações exteriores da Rússia)

IMAGEM: RICARDO STUCKERT/BBC

 

Puxado por China e Índia, o peso dos Bric cresce na economia. Era de apenas 8,0% em 2000 e passou a 17,9% em 2010 – até alcançar os 25,5%, segundo o Banco Mundial

Os cinco países que compõem os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) têm, somados, um PIB (Produto Interno Bruto) de US$ 25,9 trilhões. Com isso, o bloco já responde por um quarto – ou, precisamente, 25,5% – da atividade econômica global.

Os números são baseados em projeções do Banco Mundial e tem 2022 como ano de referência. De acordo com a instituição, o peso dos Bric no PIB mundial cresce década a década. Era de apenas 8,0% em 2000 e passou a 17,9% em 2010 – até alcançar os 25,5%.

A Índia e, especialmente, a China são as economias que puxam a posição destacada dos Brics nesse ranking. Só os chineses ostentam um PIB de US$ 18 trilhões – três vezes mais do que os US$ 6,1 trilhões registrados pelo país em 2010.

Hoje, o único bloco econômico com mais força que os Brics é o G7, que reúne Estados Unidos, Japão, Alemanha, Inglaterra, França, Itália e Canadá. Os PIBs desses sete países, juntos, chegam a US$ 101,6 trilhões, quatro vezes mais que os Brics.

Mas a distância entre os países emergentes (os Bric) e os países desenvolvidos (o G7) cai a cada levantamento. Se os Brics praticamente triplicaram sua participação no PIB mundial em 22 anos, o peso do GT caiu de 65,4% em 2000 para 42,8% em 2022. No primeiro levantamento, o G7 tinha uma economia mais de oito vezes superior à dos Brics. Hoje, é apenas 1,67 maior.

Se os membros do G7 se relacionam em outras vertentes, como a militar, via Otan, os Brics tampouco ficam atrás. É o que avalia Ana Saggioro Garcia, diretora do Centro de Estudos e Pesquisas Brics da PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro) e professora de Relações Internacionais da UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro).

“Essa coalizão acabou se tornando, por fatores internos e externos, uma coalizão com peso mais geopolítico do que apenas só o econômico ou reformista”, declarou Ana ao Poder360. “Há a ideia de que é preciso criar um mundo multipolar, em que os norte-americanos e europeus, os países ocidentais, não dominem sozinhos. Ou seja, um mundo de mais distribuição de poder internacional, com um grande peso da China.”

 

FONTE: PORTAL VERMELHO