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A escassez de óleos pesados no mercado internacional devido aos cortes de produção da Opep valorizou os óleos produzidos no Brasil. Atualmente, a maior parte do óleo produzido no país é considerada pesada (15,1%) ou média (50,5%), mais escassos após a diminuição da extração na Arábia Saudita, país com forte tradição nesse tipo de produção.

Outras regiões fornecedoras de óleos pesados também vêm enfrentando quedas na produção, como a Venezuela, que passa por turbulências políticas, e o México, que ainda está no início do processo de abertura do setor ao mercado privado.

Também contribui o crescimento da produção não convencional nos Estados Unidos, majoritariamente de óleo leve. A maior parte das refinarias da Costa do Golfo americano, por exemplo, é apta a processar óleo pesado, com alta capacidade de coqueamento e dessulfurização, e, por isso, tem aumentado as importações, principalmente de óleo vindos do México.

“A Arábia Saudita tem um óleo bem parecido com o do campo de Polvo e a escassez desse produto no mercado fez a busca pelo nosso óleo aumentar”, comentou Blener Mayhew, CFO da PetroRio, durante conferência com analistas para anunciar os resultados do primeiro semestre.

O assunto também ganhou destaque nos resultados operacionais da OGX. Dados da petroleira indicaram um estreitamento de US$ 4 a US$ 5/barril no desconto dos óleos pesados em relação ao brent nos seis primeiros meses do ano. Toda a produção da companhia vem do campo de Tubarão Martelo, que tem um óleo considerado pesado, com 21 graus API.

Hoje, apenas 34,4% da produção brasileira tem grau API leve, acima de 31º. Em junho, dados mais recentes disponibilizados pela ANP, o grau API médio da produção brasileira foi de 26,8º, nível médio.

Maior produtora do país, a Petrobras percebeu que não é apenas a oferta que está ditando a valorização do óleo brasileiro. De acordo com a companhia, além de a China importar cada vez mais óleos médios e pesados, houve uma valorização recente do óleo combustível, fruto da demanda por combustível marítimo no Extremo Oriente e da menor exportação pela Rússia.

Há alguns meses, a própria Opep já havia notado um aumento das exportações brasileiras para a Ásia, continente que ampliou as compras de óleos como os de Marlim, Roncador e Lula.

“Esse conjunto de efeitos permitiu maior atratividade à exportação de petróleo brasileiro, tanto para o mercado chinês quanto para os mercados americano e europeu”, explica a Petrobras.

Hoje, o óleo mais pesado produzido offshore no Brasil vem do campo de Peregrino, na Bacia de Campos, operado pela Statoil, com 14ªAPI. A partir do ano que vem, no entanto, a área passa a dividir o posto com o campo de Atlanta, de mesmo grau, previsto para entrar em produção no primeiro semestre de 2018.

FONTE:BRASIL ENERGIA