Alta foi de 33,1% no período, elevando taxa de desemprego de 10,7% para 14%.

Dados divulgados nesta sexta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, em cinco meses, aumentou em cerca de 3,4 milhões o número de desempregados diante da pandemia do novo coronavírus, uma alta de 33,1% no período.

Em maio, a população desempregada no Brasil somava 10,1 milhões de pessoas. Ao final de setembro, esse contingente era de 13,5 milhões.

Brasil registrou alta de 33,1% no número de desempregados diante da pandemia — Foto: Economia/G1

Brasil registrou alta de 33,1% no número de desempregados diante da pandemia — Foto: Economia/G1

Já a população ocupada no mercado de trabalho diminuiu em 1,5 milhão no mesmo período. Segundo a coordenadora da pesquisa, Maria Lúcia Vieira, a alta no desemprego é explicada pelo maior número de pessoas voltando a procurar emprego diante da flexibilização do isolamento social pelo país.

“Há um aumento da população desocupada ao longo de todos esses meses. Esse crescimento se dá em função tanto das pessoas que perderam suas ocupações até o mês de julho quanto das pessoas que começam a sair do distanciamento social e voltam a pressionar o mercado de trabalho”, explicou Maria Lúcia.

Com o aumento do número de desempregados, a taxa de desemprego ficou em 14%.

Na comparação com a quarta semana de setembro, terminada no dia 26, houve um pequeno recuo tanto do número de desocupados quanto da taxa de desemprego - eram, respectivamente, 14 milhões de pessoas e 14,4%, recordes de toda a série. No entanto, o IBGE classifica a diferença como estabilidade estatística.

O levantamento foi feito por meio da Pnad Covid19, versão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua realizada com apoio do Ministério da Saúde para identificar os impactos da pandemia no mercado de trabalho e para quantificar as pessoas com sintomas associados à síndrome gripal no Brasil. Esta foi a última edição da pesquisa semanal.

Apesar de também avaliar o mercado de trabalho, a Pnad Covid19 não é comparável aos dados da Pnad Contínua, que é usada como indicador oficial do desemprego no país, devido às características metodológicas, que são distintas.

Os dados da Pnad Contínua mais atuais são referentes a julho, quando o país atingiu taxa de desemprego recorde, de 13,8%, com mais de 13,1 milhões de brasileiros em busca de uma oportunidade no mercado de trabalho.

14 estados têm taxa de desemprego superior à média nacional

De acordo com o levantamento, das 27 Unidades da Federação, incluindo o Distrito Federal, 14 tiveram taxa de desemprego superior à média nacional.

A menor taxa foi observada em Santa Catarina (7,8%), enquanto a maior foi registrada na Bahia (19,6%).

Em 14 estados, taxa de desemprego em setembro superou a média nacional.  — Foto: Economia/G1

Em 14 estados, taxa de desemprego em setembro superou a média nacional. 

Somente dois estados registram redução do número de desempregados entre maio e setembro: Santa Catarina, com uma queda de 1,5%, e Mato Grosso, com um recuo de 3,4%.

Dentre os estados que tiveram alta no contingente de desempregados, Sergipe foi o que apresentou a maior variação, de 126,2%, seguido pelo Maranhão, com avanço de 93,7%, e Ceará, com aumento de 83,5%.

FONTE: G1