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O presidente dos EUA, Donald Trump, defendeu a livre passagem de navios americanos por duas das principais vias navegáveis, os canais do Panamá e de Suez.
Trump afirmou em uma publicação nas redes sociais no sábado que navios americanos, tanto militares quanto comerciais, deveriam ter permissão para navegar gratuitamente pelos dois canais, acrescentando que as duas rotas "não existiriam" sem os EUA e que havia pedido ao Secretário de Estado Marco Rubio que "resolvesse imediatamente" a situação.
O Canal do Panamá, na América Central, conecta o Pacífico e o Atlântico. O Canal de Suez, no Oriente Médio, liga o Mediterrâneo ao Mar Vermelho.
O governo Trump tem insistido repetidamente que os EUA retomarão o controle do Canal do Panamá na América Central, que liga o Pacífico ao Atlântico, e que ele alega estar sob influência da China.
Os EUA construíram o canal em grande parte na década de 1900 e administraram o território ao redor da passagem por décadas. Washington entregou o controle da hidrovia ao Panamá em 1999, por meio de um tratado assinado em 1977 pelo presidente Jimmy Carter, após um período de administração conjunta.
Estima-se que 5% do comércio marítimo global passe pela hidrovia artificial de 82 km em um ano médio. O atalho reduz drasticamente o tempo de viagem dos navios entre os dois oceanos, permitindo que eles evitem a rota ao redor do extremo sul da América do Sul, através da Passagem de Drake ou Estreito de Magalhães. Ele ajuda a movimentar cerca de US$ 270 bilhões em carga anualmente, incluindo cerca de 40% de todo o tráfego de contêineres dos EUA.
O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, afirmou durante uma recente visita à Cidade do Panamá que os EUA buscavam um acordo que permitisse que seus navios de guerra passassem pelo canal "primeiramente e livremente". Ele também sugeriu a ideia de que as tropas americanas retornassem ao Panamá para "proteger" seu canal estrategicamente vital.
Enquanto isso, a demanda de Trump pela rota de Suez — uma importante via de acesso econômico para o Egito, gerando bilhões em receita e uma artéria marítima vital — representa uma nova mudança de foco.
A ligação de 193 km entre o Mar Vermelho e o Mediterrâneo, inaugurada em 1869, atraía cerca de 12% a 15% do comércio mundial e cerca de 30% do tráfego global de contêineres antes dos ataques dos houthis do Iêmen às rotas marítimas no Mar Vermelho e no Golfo de Áden.
A crise no Mar Vermelho fez com que a receita do Egito com a operação despencasse em mais de 50%, à medida que os navios começaram a fazer um longo desvio em torno do extremo sul da África. Os EUA vêm atacando os houthis desde janeiro do ano passado, e essa campanha se intensificou sob o governo Trump, que prometeu pressionar os militantes apoiados pelo Irã até que eles não representem mais uma ameaça à navegação.
FONTE: SPLASH247.COM