Nabarima flutua inclinado; não se sabe a extensão dos danos da embarcação

Nabarima flutua inclinado; não se sabe a extensão dos danos da embarcação - Fishermen and Friends of the Sea - 16.out.20/Reuters

Grupos ambientais expressaram preocupação nas últimas semanas com um possível vazamento de 1,4 milhão de barris de petróleo que estão a bordo do navio venezuelano Nabarima.

Fotos recentes mostram a embarcação inclinada para o lado e progressivamente afundando nas águas do Golfo de Paria, localizado entre a costa da Venezuela e a ilha de Trinidad e Tobago.

Embora a dimensão do mau estado de conservação do Nabarima seja desconhecida, se a embarcação não for reparada logo pode afundar e desencadear um gigantesco desastre ambiental, poluindo as águas venezuelanas e de várias nações vizinhas no Caribe, relatou o jornal argentino El Clarín.

O Nabarima tem 264 metros de comprimento e acredita-se que ele esteja em sua capacidade máxima —o equivalente a 1,4 milhão de barris de petróleo, uma quantidade quase cinco vezes maior do que a derramada pela Exxon Valdez em 1989, de acordo com a emissora americana NBC.

O navio foi ancorado no Golfo de Paria com o objetivo de atuar na exportação de petróleo venezuelano, mas ficou inativo após o recente colapso na demanda mundial da commodity devido à pandemia do novo coronavírus e às sanções da Casa Branca contra o governo de Nicolás Maduro que assustaram os compradores em potencial.

A PDVSA planeja transferir parte do petróleo bruto do Nabarima para o petroleiro Icaro por meio de uma operação de navio para navio chamada de STS (sigla em inglês para "ship-to-ship"), disse uma pessoa familiarizada com o assunto à Reuters na segunda-feira (19).

Em dezembro de 2019, os Estados Unidos impuseram sanções adicionais ao próprio Icaro por entregar produtos petrolíferos venezuelanos a Cuba, um dos principais aliados do ditador Nicolás Maduro no exterior.

A PDVSA não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Autoridades da vizinha Trinidad e Tobago disseram que planejam inspecionar o Nabarima.

A Marinha brasileira afirmou em comunicado que o Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA), formado pela própria Marinha, Ibama e ANP (Agência Nacional do Petróleo) está acompanhando a situação do petroleiro, que está a 1.300 km das águas brasileiras.

FONTES: FOLHA DE S.PAULO/REUTERS