Foto: Divulgação/Ibama

 

Cifra foi calculada por auditores fiscais do trabalho que foram a bordo da embarcação na sexta-feira

A soma dos salários atrasados dos tripulantes do navio Srakane, que está atracado na região do Porto de Santos, supera a marca de US$ 111 mil, o equivalente a R$ 602 mil. A cifra foi calculada por auditores fiscais do trabalho que foram a bordo da embarcação nesta sexta-feira (30). Na próxima semana, será traçada uma estratégia para que os marítimos recebam os valores e tenham melhores condições de permanecer no cargueiro.

Na última quarta-feira, equipes que participam de uma ação da Operação Descartes flagraram o descaso com os marítimos, que estavam sem água, alimentos e combustível.

Os 15 tripulantes que ainda estão a bordo são de, pelo menos, três países. Oito deles são da Geórgia e o restante se divide entre nascidos na Ucrânia e em Montenegro.

Segundo o auditor fiscal do trabalho Rodrigo Aoki Fuziy, todos os contratos de trabalho estão vencidos. Isto significa que, após o prazo pré-determinado para trabalho no Srakane, os marítimos não foram repatriados ou tiveram a jornada prorrogada.

Agora, eles estão em uma situação um pouco melhor porque há mais suprimentos, água de bordo, água para beber e alimento”, contou o auditor. Além da falta de itens básicos, ainda há problemas de higiene e segurança a bordo.

 Os banheiros estão sujos e com problemas estruturais. O sistema de esgoto está saturado e a estimativa do Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (Ibama) é de que 80 toneladas de resíduos devem ser retirados da embarcação.

 Segundo Fuziy, também faltam equipamentos de proteção individual e há muito lixo acumulado na embarcação. Os resíduos estão acumulados, inclusive, no convés, o que é proibido. “As cabines estão em más condições, o navio é antigo e há coisas rasgadas e sujeira”, afirmou.

Responsáveis

O auditor fiscal do trabalho explica que a agência de navegação descrita no sistema Porto Sem Papel como responsável pelo navio Srakane afirma que não presta mais serviços à embarcação. “Sabemos que há um outro agente que está provendo água e suprimentos. O comandante recebeu essa pessoa, mas precisamos identificá-lo”.

 

Segundo Fuziy, uma alternativa é acionar a seguradora da embarcação para conseguir pagar os salários atrasados dos tripulantes e providenciar a repatriação. No entanto, todos os marítimos devem estar de acordo com a proposta e ainda não há uma unanimidade.

Na próxima semana, os auditores-fiscais conversarão novamente com a tripulação para definir o que será feito. Enquanto isso, a embarcação foi obrigada pelo Ibama e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a remover os resíduos que permanecem na embarcação. A determinação ainda não foi cumprida.

FONTE: A TRIBUNA