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O chanceler Mauro Vieira afirmou que houve progressos nas negociações para a assinatura de um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE) e destacou a boa relação com o governo do presidente argentino, Javier Milei, crítico do bloco sul-americano.
“Temos avançado muito no acordo Mercosul-UE e é absolutamente claro que temos uma posição que é exatamente a mesma. Ambos os países [Brasil e Argentina] estão dispostos a avançar no acordo, há uma convergência total”, assegurou Vieira durante uma audiência de mais de quatro horas na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados.
O acordo de livre comércio chegou a ser concluído em junho de 2019, mas nunca foi ratificado, e novas exigências ambientais europeias apresentadas em 2023 reabriram as negociações.
O ministro também comentou que as relações com o governo Milei “são muito importantes”, apesar das divergências ideológicas entre o líder argentino e o presidente Lula, e destacou que os dois países são “sócios inseparáveis e fundadores do Mercosul”.
“O diálogo tem ocorrido de forma absolutamente normal. Eu tenho contatos diretos e pessoais com a ministra [das Relações Exteriores] Diana Mondino”, acrescentou o chanceler.
Lula
Recentemente, no último dia da sua visita oficial à Itália, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou, em uma entrevista coletiva à imprensa, que o Brasil está pronto para assinar o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia.
Segundo ele, o acordo agora só depende de o bloco europeu passar pelo período de eleições da Assembleia Nacional na França, antecipadas para o final de junho, após a dissolução do Parlamento pelo presidente Emmanuel Macron.
“Estamos certos de que o acordo será benéfico para a América do Sul, Mercosul e para os empresários e os governos da União Europeia.”
O tema foi tratado com a presidenta da Comissão Europeia, Ursula Gertrud von der Leyen, durante a estada do presidente Lula na região da Puglia, onde participou da cúpula do G7, grupo dos países mais ricos.
O presidente também disse que voltou a tratar com as lideranças europeias sobre a proposta de taxação dos super-ricos, que cria uma taxa global mínima de 2% sobre a riqueza dos bilionários, que atingiria apenas cerca de 3 mil pessoas no mundo.
FONTE: O SUL