Salvamento marítimo

 

A indústria de salvamento marítimo de hoje não teria capacidade para lidar com um acidente envolvendo um porta-conteneires de 22 mil TEU carregado, avisa Peter Townsend, responsável pela área marítima na AmTrust at Lloyd’s.

“As necessidades [do setor de transporte marítimo] não encontram resposta nas capacidades de salvamento existentes. Precisamos de um maior investimento em meios de salvamento e precisamos abordar a raiz destes problemas”, afirmou Townsend, citado pela revista “Tug Technology & Business”.

Sublinhando os riscos de encalhamento e de perda de cargas dos grandes navios porta-conteneires, o especialista recordou, se necessário, que os navios de hoje têm mais de 50 metros de altura, 350 metros de comprimento e quase 60 metros de largura, o que aumenta os desafios para um eventual salvamento.

A propósito, lembrou o encalhamento, no ano passado, perto de Hamburgo, do CSCL Indian Ocean, de 19 000 TEU. Cerca de 6 500 toneladas de combustível tiveram de ser descarregadas do navio, o rio Elba teve de ser dragado e foram necessários 13 rebocadores ​para colocar o navio fora de perigo, numa operação de seis dias.

Entretanto, já no mês passado, houve o caso do CSCL Jupiter, navio de 10 500 TEU que encalhou nas imediações de Antuérpia. Foram necessários dez rebocadores para o desencalharem. Mas esse foi um encalhamento suave, sobre os fundos de areia, sublinhou Peter Townsend.

A situação poderá ainda complicar-se nos casos em que seja necessário retirar cargas dos navios antes de iniciar o salvamento propriamente dito, destaca Peter Townsend. Simplesmente porque a indústria de salvamento não possui gruas capazes de retirar todos os contentores de um navio de 22 000 TEU. “Podem retirar os contentores sobre o convés, mas não conseguirão retirar todas as cargas dos porões”.

FONTE:TRANSPORTES&NEGÓCIOS