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IMAGEM: Ronnie Chua / shutterstock.com

 

Aumento nos preços dos alimentos e de bens de consumo deve se manter nos próximos meses, de acordo com projeções do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

inflação no Brasil deve recuar menos do que o previsto inicialmente para 2022. A análise do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) destaca que esse cenário se explica, em especial, pela alta contínua dos preços de alimentos e bens industriais.

Na pesquisa divulgada nesta terça-feira (22), a entidade aponta que os dois grupos serão os principais responsáveis pela desaceleração menos intensa da taxa ao longo do ano, já que os valores desses itens devem continuar subindo.

No acumulado de 12 meses, o indicador já tem variação de 10,38%. Em 2021, o país encerrou o ano com inflação de 10,06%.

“Em janeiro, a inflação medida pelo IPCA voltou a surpreender negativamente, gerando uma nova aceleração da inflação”, destaca o estudo do Ipea.

Somado a esses fatores, as projeções do instituto indicam ainda uma nova aceleração nos valores do petróleo e déficit nas empresas do ramo elétrico.

Essa conjuntura pode sinalizar aumento significativo das tarifas de energia e dos preços dos combustíveis pagos pelos consumidores. Dessa forma, o processo de desinflação ficará ainda mais limitado.

Outro aspecto importante para o desempenho desfavorável da taxa em 2022 está relacionado ao tempo.

“De modo semelhante, a piora das condições climáticas, causada pela ocorrência do fenômeno La Niña neste início da safra 2021-2022, já ocasiona prejuízos a algumas lavouras importantes, como soja, milho de primeira safra e arroz”, explica a pesquisa.

A análise não descarta, inclusive, a influência que a economia brasileira pode sofrer diante da geopolítica internacional. “O agravamento das tensões entre Rússia e Ucrânia pode gerar uma alta mais acentuada das commodities, especialmente do petróleo e do gás”, afirma a fundação.

“Internamente, as incertezas em relação à política fiscal, que podem se intensificar devido às discussões inerentes ao processo eleitoral, podem ter impactos negativos na taxa de câmbio”, conclui o documento.

FONTE: CNN