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No lançamento, nesta terça-feira (4), deputados governistas defenderam setor como contribuição para processo de reindustrialização do país e criticaram BR do Mar e taxas de juros
A Frente Parlamentar Mista em Defesa da Indústria Naval Brasileira foi lançada, nesta terça-feira (4), na Câmara dos Deputados. O presidente da frente, Alexandre Lindenmeyer (PT-RS), disse que a intenção é apresentar um esboço do plano de trabalho até o dia 15 de agosto para que a atuação seja conjunta e efetiva. Durante a sessão, parlamentares governistas defenderam o setor como contribuição para a reindustrialização. Eles destacaram a necessidade de redução da taxa de juros para atrair investimentos para a construção naval e para a atividade industrial como um todo.
Lindenmeyer destacou que o objetivo da frente é, com a colaboração dos diferentes segmentos da indústria, definir de forma clara uma pauta legislativa para defesa da soberania do emprego e da renda, evitando a exportação de postos de trabalho e de divisas. “Não basta transferência tecnológica que possa vir de fora, temos que valorizar nossos parques tecnológicos para, de forma gradativa, ir inovando e agregando tecnologia nacional”, disse o presidente da frente.
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, acredita que essa frente tem a tarefa de recolocar a indústria naval brasileira nos trilhos e ser uma oportunidade de discutir o pleno emprego com congressistas. Marinho mencionou que, no último ciclo virtuoso, a construção naval brasileira passou de menos de 3.000 empregos para mais de 80.000 empregos diretos em cerca de 10 anos. Atualmente, esse efetivo gira em torno de 20.000 trabalhadores, de acordo com dados do Sinaval. “Vamos ter que pensar de novo no processo de qualificação dessa demanda que, seguramente, será crescente outra vez”, projetou o ministro. Ele criticou que as atuais taxas de juros estabelecidas pelo Banco Central vêm impedindo que a criação de postos de trabalho seja maior.
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), 2ª vice-presidenta da frente, disse que a iniciativa é uma expressão importante de quem pensa na reindustrialização do país. Ela considera que o primeiro desafio dessa frente será revisar o programa BR do Mar (Lei 14.301/2022), o qual considera favorecer o afretamento de navios de bandeira estrangeira e prejudicar a geração de empregos na metalurgia nacional e a contratação de marítimos brasileiros. “A Petrobras precisa botar a bandeira brasileira em seus navios. Precisamos pensar no papel da Petrobras como principal armador. Precisamos como parlamento rever o BR do Mar, que favorece o afretamento, e não favorece a construção no Brasil”, defendeu.
Jandira também pediu a revisão da política de financiamento. Ela avalia que as atuais taxas de juros são proibitivas ao crédito e aos investimentos. “Precisamos enfrentar essa política da autoridade monetária brasileira. O Banco Central não pode continuar boicotando a política de desenvolvimento nacional. É absurdo o nível de juros que temos no Brasil. Faz parte de pensar a industrialização e o setor produtivo brasileiro”, afirmou.
Confira abaixo a composição da Frente:
Alexandre Lindenmeyer Rio Grande do Sul (PT)
Presidente
Carlos Veras Pernambuco (PT)
1º Vice-presidente
Jandira Feghali – Rio de Janeiro (PC do B)
2ª Vice-presidente
Lindbergh Farias – Rio de Janeiro (PT)
1º Secretário
Arnaldo Jardim – São Paulo (Cidadania)
2º Secretário
Afonso Motta – Rio Grande do Sul (PDT)
1º Vice-presidente Regional
Ana Paula Lima – Santa Catarina (PT)
1º Vice-presidente Regional
Jorge Solla – Bahia (PT)
1º Vice-presidente Regional
Túlio Gadelha – Pernambuco (Rede)
1º Vice-presidente Regional
Helder Salomão – Espírito Santo (PT)
1º Vice-presidente Regional
Josenildo Abrantes – Amapá (PDT)
1º Vice-presidente Regional
Joaquim Passarinho – Pará (PL)
1º Vice-presidente Regional
Paulo Barbosa – São Paulo (PSDB)
1º Vice-presidente Regional
Dimas Gadelha – Rio de Janeiro (PT)
1º Vice-presidente Regional
FONTE: PORTOSeNAVIOS