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Projeto deve ser concluído em 2026 e amplia a capacidade do modal hidroviário, oferecendo alternativa mais competitiva ao transporte rodoviário

A intervenção, estratégica no trecho paulista da Hidrovia Tietê-Paraná, é um dos principais eixos logísticos do agronegócio brasileiro, que conecta produtores do Centro-Oeste e Sudeste ao Porto de Santos, principal rota de exportação do Brasil.

Com investimento estimado em R$ 315,3 milhões (sendo R$ 22 milhões do Tesouro Estadual), 78,4% dos trabalhos já foram executados, e a conclusão está prevista para 2026. O projeto amplia a capacidade do modal hidroviário, oferecendo alternativa mais competitiva ao transporte rodoviário, reduzindo custos e emissões de poluentes, gerando ganhos econômicos e ambientais, consolidando a Hidrovia como eixo de integração econômica e atrativo turístico, e reafirmando o papel de São Paulo na vanguarda de soluções logísticas de longo prazo.

Obras no trecho paulista

As obras ocorrem a jusante da eclusa de Nova Avanhandava, entre os municípios de Buritama e Brejo Alegre, no Noroeste paulista. O projeto contempla o derrocamento e a escavação de 16 quilômetros de canal, com 60 metros de largura e calado final de 3,5 metros. Ao término da obra, cerca de 553 mil m³ de rochas terão sido removidos, permitindo triplicar a capacidade de transporte da hidrovia — de 2,5 milhões para até 7 milhões de toneladas por ano. Até o momento, aproximadamente 355 mil m³ de rochas já foram retirados — volume equivalente a cerca de 142 piscinas olímpicas.

Tecnologia e segurança ambiental

A execução combina técnicas tradicionais de desmonte com explosivos (aplicadas de forma controlada) e a incorporação da tecnologia de plasma. No método por plasma, cartuchos são acionados por corrente elétrica e provocam reação termoquímica — a partir de sais metálicos — que gera expansão gasosa em ambiente confinado, fragmentando a rocha com alta eficiência e mínima propagação de vibração. Essa técnica aumenta a precisão das detonações e reduz impactos sobre estruturas sensíveis. As operações são complementadas por medidas de proteção da fauna aquática, como a instalação de cortinas de bolhas, e por monitoramento sismográfico contínuo.

A ampliação do canal é essencial para manter a navegabilidade da hidrovia mesmo em períodos de estiagem severa, reduzindo riscos de paralisação no escoamento de cargas. Antes da retomada pelo Governo de São Paulo, em 2023, as obras estavam paralisadas desde 2019, o que agravou os impactos das crises hídricas de 2021/2022 — semelhantes às de 2014/2015 — quando os reservatórios atingiram os níveis mais baixos da história. A decisão de reativar o projeto representa uma visão de longo prazo para proteger a produção e garantir previsibilidade em cenários climáticos desafiadores.

Localizada no Noroeste paulista, a Hidrovia Tietê-Paraná conecta São Paulo a Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Paraná, consolidando-se como elo de integração econômica e como atrativo turístico. Só em 2025, mais de 61 mil passageiros já utilizaram embarcações em roteiros turísticos pelo rio, com destaque para a eclusa de Barra Bonita. Com a ampliação do canal de Nova Avanhandava, o Estado dá mais um passo decisivo no fortalecimento da infraestrutura hidroviária e na construção de uma matriz de transporte mais equilibrada, econômica e sustentável para o Brasil.

FONTE: AGÊNCIA SP