IMAGEM: Divulgação/DNIT
Um dos principais eixos logísticos do norte do país, a Hidrovia do Madeira, entre Porto Velho (RO) e Manicoré (AM), terá sua trafegabilidade aprimorada a partir desta semana. O Governo Federal, por meio do Ministério da Infraestrutura, concluiu os serviços de dragagem em 620 quilômetros do rio Madeira, rota responsável pelo escoamento da produção agrícola de Mato Grosso e Rondônia; de insumos, como combustíveis e fertilizantes, com destino a Porto Velho (RO) e Manaus (AM); e transportados alimentos e produtos da Zona Franca de Manaus.
Só em 2020, foram movimentadas pela hidrovia 10,4 milhões de toneladas de carga, volume cerca de 10% maior do que no ano anterior (9,5 milhões de toneladas). A região compreende os estados do Acre, Rondônia, Amazonas, Amapá, Pará, Mato Grosso e Tocantins, e permite o escoamento de safras pelo rio Amazonas e seus afluentes da margem direita – que correm na direção sul-norte.
Ciclo
As obras fazem parte do ciclo anual de trabalho que é realizado desde 2017 – e foi renovado este ano – e garantem a manutenção do canal de navegação com largura e profundidade adequados, mesmo durante período de estiagem. A dragagem assegura a fluidez e maior carregamento dos comboios, mantendo a capacidade de carga das barcaças compatível com o planejamento de transporte das empresas. Além disso, favorece a redução do custo do frete, sem a necessidade da migração das cargas para outros modais de transporte.
No ciclo deste ano, as equipes realizaram serviços em pontos críticos de Curicacas, Miriti e nos canais sul e norte de Manicoré, além da travessia da BR-230 em Humaitá, no Amazonas. No total, foram dragados 850 mil m³. Os pontos foram definidos a partir do diálogo com os usuários da hidrovia.
Tráfego
O contrato de dragagem da hidrovia, assinado em junho, tem duração estimada de mais quatro anos. Durante quatro meses do ano a manutenção acontece por meio de sucção e recalque – método que já vem sendo utilizado ao longo dos anos – e, a partir de 2022, por outros dois meses, também está previsto o uso de uma draga com autotransportadora, que garantirá maior produtividade e precisa ser operada com o rio mais cheio.
O tráfego de embarcações no rio Madeira cresceu exponencialmente a partir da década de 1990 em função da implantação da nova fronteira agrícola de soja e milho na região Centro-Oeste do Brasil. A produção dessas commodities passou de praticamente zero para um volume que exige para seu transporte, atualmente, um fluxo de comboios de balsas e empurradores de grande porte, além dos barcos mistos de passageiros e pequenas cargas.
FONTE: SOCIEDADE ONLINE