Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

 

"Do ponto de vista do governo não existe a prorrogação do auxílio emergencial. Evidente que há muita pressão política para isso acontecer. É evidente que tem muita gente falando em segunda onda, etc"

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que se depender do governo, “não existe prorrogação” do auxílio emergencial. Em ano de pandemia, o desemprego no Brasil atingiu um recorde de 14,4%, o maior índice desde 2012.

Mas os resultados da falta de emprego que abalou a população este ano não mobilizaram o governo Bolsonaro. Porque, como o ministro da Economia afirmou, o auxílio criado para barrar o aumento da pobreza durante a epidemia terá fim.
 

A justificativa dada por Guedes é que o benefício concedido desde maio para desempregados e trabalhadores informais não se faz mais necessário. Porque, segundo ele, a economia “está voltando forte” e “a doença [Covid-19] cedeu bastante”.

 “A ideia é que o auxílio emergencial se extingue no final do ano. A economia está voltando forte, a doença está descendo. Eu não estou dizendo duas ou três semanas. Eu estou dizendo, de 1,3 mil, 1,4 mil mortes diárias, a coisa caiu para 300, 250. Agora, parece que voltou para 350”, disse.
 

“Contra evidência empírica, não há muito argumento. Os fatos são que a doença cedeu bastante e a economia voltou com muita força”, insistiu.

Na mesma linha defendida pelo presidente Jair Bolsonaro, as “constatações” de Paulo Guedes sobre o cenário de coronavírus no Brasil vão na contramão do que revelam os dados. A média de mortes diárias por Covid-19 está atualmente em 484, não 250, 300 ou 350 como afirmou Guedes. Além disso, em 10 estados do país os números de óbitos voltaram a crescer, prenunciando a chamada segunda onda da epidemia no país.

 “Do ponto de vista do governo não existe a prorrogação do auxílio emergencial. Evidente que há muita pressão política para isso acontecer. É evidente que tem muita gente falando em segunda onda, etc. e nós estamos preparados para reagir a qualquer evidência empírica. Se houver uma evidência empírica, o Brasil tiver de novo mil mortes, tiver uma segunda onda efetivamente, nós já sabemos como reagir”, disse o ministro.
 

FONTE: JORNAL GGN