IMAGEM: (Gabriel Ramos/Getty Images)

Brasil cria 306 mil vagas com carteira assinada em fevereiro e 474 mil no acumulado de 2024. Os cinco grandes setores da economia registraram saldo positivo em fevereiro

O Brasil abriu 306.111 vagas de emprego formal em fevereiro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quarta (27) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

O salto na geração de emprego no Brasil para o mês de fevereiro é um forte indicativo de que a economia segue aquecendo em 2024, o que deve contribuir para a alta do PIB no primeiro semestre do ano.

As vagas abertas em fevereiro superam com folga o resultado consolidado registrado em fevereiro do ano passado, quando foram abertas 252.487 vagas com carteira assinada no país.

Na comparação anual, em fevereiro deste ano, a geração líquida de vagas foi 21,2% maior do que em igual mês de 2023.

O resultado veio acima das expectativas do mercado, que, sobre desconfiança do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, projetava a abertura de 232,5 mil postos de trabalho.

Os cinco grandes setores da economia registraram saldo positivo em fevereiro. Serviços lidera com 193.127 novos postos de trabalho; seguido pela indústria, 54.448 postos; construção, 35.053 postos; comércio. 19.724 postos; e agropecuária que fechou o mês com saldo de 3.759 postos de trabalho.  

No mês passado, 24 unidades da Federação registraram saldos positivos de postos de trabalho. Os estados com maior saldo foram São Paulo (101.163 postos), Minas Gerais (35.980 postos) e Paraná (33.043 postos). Os estados com saldo negativo foram Alagoas (-2.886); Maranhão (-1.220) e Paraíba (-9 postos).

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse que os números de fevereiro superaram a expectativa do governo.

Segundo ele, o governo estima que em 2024 a economia crescerá mais do que no ano passado, resultando em uma maior geração de empregos.

“Esperamos que março venha reforçar ainda mais a tendência do que pode acontecer neste ano”, disse.

“No ano passado, geramos da ordem de 1,5 milhão e este ano é plenamente possível gerar mais que isso. Esperamos que gere o máximo possível dentro da realidade econômica do país”, avaliou Marinho, estimando que o país pode chegar ao fim de 2024 com mais de 2 milhões de empregos gerados. O número era esperado também no ano passado, mas não foi alcançado.

O ministro aproveitou para chamar a atenção do Banco Central para a necessidade de continuar reduzindo a taxa básica de juros no Brasil.

“Planejar a continuidade da redução de juros, para que a economia continue crescendo. Se a política de redução de juros tivesse começado antes e tivesse sido mais agressiva, poderíamos ter chegado a mais de 2 milhões de empregos gerados, portanto, tem a responsabilidade de ter evitado gerar de 400 a 500 mil empregos, pela política irresponsável de juros altos”, disse

Marinho ainda rebateu as críticas de setores da imprensa e do mercado financeiro que tem reclamado do “excesso de aquecimento da economia”.

Segundo dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a renda do trabalho dos brasileiros em 2023 teve o maior salto desde o Plano Real, quando a queda abrupta da inflação, a partir da metade de 1994 e em 1995, promoveu forte aumento do poder de compra no país.

No entanto, para os agentes do mercado e seus defensores da grande imprensa, esse avanço pode acarretar em inflação. Para contê-la, a Faria Lima já começa a pressionar por uma contenção da queda da taxa Selic, do Banco Central (BC).

“As empresas precisam chegar à seguinte conclusão fácil. Nós vamos crescer os empregos, tem investimento para isso, estão acontecendo os investimentos. Se vai crescer o número de empregos, vai crescer a demanda de consumo. Vai crescer a demanda de consumo, as empresas não devem esperar faltar mercadoria para lá na gôndola do supermercado. Eles têm que antecipar a velocidade da linha, contratando mais gente, botando mais oferta de produtos. É assim que controla a inflação, de forma inteligente”, disse Marinho.

FONTE: PORTAL VERMELHO