IMAGEM: G20 ROME SUMMIT
O encontro do G20 foi encerrado na manhã deste domingo (31) sem nenhuma meta nova estabelecida pelo grupo depois de um início promissor, no sábado (30), quando as nações concordaram sobre a criação de um imposto mínimo global. O imposto não foi mencionado no encerramento.
No discurso final, Mario Draghi, primeiro-ministro da Itália, mencionou o encontro como um “sucesso” e ressaltou o acordo sobre a meta de manter o aquecimento global até o máximo de 1,5 grau Celsius e zerar a emissões de gases de efeito estufa até 2050, o que já havia sido estabelecido na COP de 2015, no Acordo de Paris.
O premiê italiano falou ainda do objetivo de acelerar a redução do uso de carvão, mas não mencionou redução no uso de fontes fósseis. “Começamos com o compromisso público de deixar para trás o carvão, começando já em 2021”, disse Draghi.
O anúncio final da cúpula do G20 contou com a promessa de ajuda de US$ 100 bilhões a países vulneráveis para combate à pobreza, desigualdade, desnutrição e diferença de gênero.
A expectativa sobre uma possível aprovação de um imposto mínimo global para grandes empresas, para evitar a evasão fiscal, foi frustrada. Os avanços na reunião do sábado (30) não foram consolidados no fechamento da cúpula, e Draghi nem mesmo citou o imposto durante seu discurso.
Decepção
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse que a cúpula decepcionou, mas não destruiu suas esperanças. “Deixo Roma com minhas esperanças não realizadas, mas pelo menos elas não estão enterradas”, escreveu ele no Twitter.
Os líderes do G20 concordaram no domingo com uma declaração final que pediu uma ação “significativa e efetiva” para limitar o aquecimento global, mas ofereceu poucos compromissos concretos ou detalhes sobre como atingiriam as metas para limitar as emissões prejudiciais de carbono.
A chanceler alemã, Angela Merkel, disse que, um acordo do G20 para limitar o aquecimento global é um bom sinal para a cúpula do clima das Nações Unidas (COP26), na Escócia. Falando a repórteres, em Roma, ela assumiu a promessa de suspender o financiamento do carvão e disse que os líderes devem abordar como uma transferência para outras fontes de energia afetará a África.
Itália aumenta contribuição
A Itália triplicará sua contribuição para o financiamento do clima para US$ 1,4 bilhão por ano nos próximos cinco anos, segundo Draghi. “Estou feliz em anunciar que a Itália quase triplicará seu compromisso financeiro”, disse o primeiro-ministro italiano.
A quantia é consideravelmente menor do que o que alguns think tanks estimam que seria a justa contribuição do país para o fundo de US $ 100 bilhões que as nações mais ricas prometeram para ajudar os países em desenvolvimento a lidar com a mudança climática.
O grupo de estudos climáticos ECCO estima que a contribuição justa da Itália deveria ser de cerca de US$ 4 bilhões.
FONTES: CNN/REUTERS