Relatorio do Fundo afirma que rendimentos tem crescido em ritmo mais lento que antes da recessão global de 2008

O Fundo Monetário Internacional (FMI) publicou nesta quarta-feira três capítulos de suas Perspectivas Econômicas Globais (WEO, na sigla em inglês) que aponta que, apesar do mundo estar vivendo uma recuperação econômica no curto prazo, desafios estruturais permanecem no longo prazo. Um exemplo apontado e o caso dos salários: mesmo nas economias onde o desemprego está menor que antes da crise global de 2008, o crescimento do rendimento dos trabalhadores esta em ritmo muito inferior ao registrado anteriormente.
De acordo com o FMI isso se deve ao grande contigente de pessoas que continua sem atividade e, principalmente, ao aumento de pessoas e, trabalhos parciais ou informais. Ou seja, apesar do desemprego estar menor, o emprego é de menor qualidade, impactando nos salários e nos preços médios da economia:
"O crescimento dos salários pode continuar a permanecer suave até o peso involuntário do emprego de tempo parcial diminuir ou a tendência de crescimento da produtividade aumentar. E as taxas de inflação também irá provavelmente permanecem baixo a menos que crescimento dos salários acelere", afirmou o documento, que aponta que este cenário tende a aumentar as desigualdades, principalmente nos países desenvolvidos.
O terceiro capítulo do WEO aponta as consequências econômicas docaquecimento global: segundo o FMI tende a afetar mais os países tropicais, que geralmente possuem rendimento menor. Sem citar nominalmente o Brasil, o documento de 68 paginas alerta que as mudanças climáticas tendem a causar "a redução produção agrícola, reduzindo a produtividade de trabalhadores expostos ao calor, diminuindo o investimento, e piorando a situação média da saúde das pessoas".
O texto indica que ter uma estratégia pode reduzir os danos do aquecimento global nestas economias, mas que "as restrições enfrentados pelos países de baixa renda, impõe que a comunidade internacional deve desempenhar um papel fundamental no apoio estes países, com esforços para lidar com as alterações climáticas". O documento também alerta para os impactos e crescentes de tragédias ambientais, como tempestades, aumento do nível do mar e redução da biodiversidade.
Fonte: O Globo