As encomendas de navios “afundaram” 55% no primeiro trimestre, segundo a BIMCO, com a Covid-19 a agravar as incertezas do mercado.

Ente Janeiro e Março, as encomendas firmes de navios totalizaram 6,6 milhões DWT, valor que compara com os 14,7 milhões DWT registados no período homólogo de 2019. Todos os principais segmentos de mercado estão em queda, de acordo com Peter Sand, analista-chefe da BIMCO.

O segmento de mercado mais castigado foi o dos graneleiros, com as encomendas a caírem de 6,9 milhões DWT para apenas 1,6 milhões. Já o segmento de navios-tanque recuou 17,8%, para 806 mil DWT.

“A incerteza sobre as futuras regulamentações ambientais, bem como as perspectivas mais baixas de crescimento da procura nos próximos anos, fizeram muitos pensar duas vezes antes de encomendarem um novo navio. A queda acentuada do mercado e da procura global de transporte marítimo [pela Covid-19] diminuíram ainda mais a actividade de encomendas”, resumiu Peter Sand.

“O coronavírus seguramente substituiu o IMO 2020 como o ponto de discussão do ano”, indica  Peter Sand. “As perspectivas da procura enfraqueceram e a incerteza aumentou”, referiu o mesmo responsável, que salientou que também os desmantelamentos de navios caíram a pique.

Nos dois primeiros meses do ano, ainda de acordo com a BIMCO, foram contratadas encomendas de apenas 48 519 TEU junto dos estaleiros. Um valor que acabou inflacionado em Março, com a encomenda da OOCL de cinco ULCV de 23 mil TEU.

Até à pandemia de Covid-19, a expectativa era de que mais companhias rivais alinhassem na “corrida” aos mega-navios, aumentando ainda a carteira de 76 ULCV já encomendados e que trarão mais 1,5 milhões de TEU à capacidade mundial nos próximos anos.

Agora, os especialistas consideram, porém, que muitas companhias irão tentar adiar as entregas em mais de um ano, sendo mesmo de admitir a rescisão de alguns contratos.

FONTE: TRANSPORTES&NEGÓCIOS