Embarcações abandonadas começaram a ser retiradas da Baía de Guanabara num esforço de força-tarefa

IMAGEM: Gabriel de Paiva/Agência O Globo

Mapeamento feito pela Capitania dos Portos da Marinha apontou que mais de 50 navios e cascos foram encontrados

Um barco de cerca de 22 metros de comprimento, abandonado na Baía de Guanabara há mais de uma década, termina de ser removido das águas na manhã desta quarta-feira. A ação teve início após um levantamento feito pela Capitania dos Portos da Marinha do Brasil apontar 51 embarcações e cascos abandonados no mar. O mapeamento foi feito após um navio à deriva bater na Ponte-Rio Niterói em novembro do ano passado.

A força-tarefa para a retirada dessas embarcações é liderada pela PortosRio, pela Secretaria de Energia e Economia do Mar e pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea).

A partir desta quarta-feira, ajustes serão feitos para viabilizar a remoção de outros barcos do local. O cronograma para a retirada tem previsão de ser entregue até o fim do semestre. O primeiro deles, que não teve nome ou bandeira identificados, estava prejudicando a área de manobra de outras embarcações. Esse trabalho vai funcionar como o plano-piloto da força-tarefa.

 Temos uma próxima reunião no dia 22, com todos os agentes federais, Capitania dos Portos, Docas e também os operadores portuários, a Secretaria de Economia do Mar e o Inea, para definir esse cronograma de ação. Qual vai ser o desdobramento, quantas poderão ser retiradas por mês. No caso dessa aqui, foram 2 dias, mas era uma embarcação que estava aqui há muitos anos. E o que é importante, com esse levantamento, quanto tempo levará cada uma delas. Essa estava até mais próxima ao cais, outras demandarão um tempo maior — disse o secretário estadual de Energia e Economia do Mar, Hugo Leal.

A pasta estima que, com o mapeamento, a retirada de todos que foram identificados, até o momento, deve acontecer no intervalo de 12 a 18 meses. Para o secretário, há dificuldades específicas em relação a cada embarcação. Segundo ele, o material, as dimensões e até mesmo a condição impacta diretamente no processo de remoção.

— Tem embarcações de várias dimensões. Essa aqui o caso é a maior parte de madeira. Tem uma parte de material também de aço e ferro. E tem outras embarcações que são maiores. Temos embarcações que têm óleo dentro ainda. Então, tem que fazer a limpeza, fazer essa desinfecção, para depois fazer o desmonte dela.

Com ajuda de uma escavadeira e guindastes, os cascos das embarcações são retirados das águas. Após a remoção, autoridades ambientais identificarão o que poderá ser reciclado e quais materiais terão outra destinação.

— Nosso trabalho aqui envolve questão do meio ambiente, da navegabilidade da Baía de Guanabara e envolve, obviamente, o turismo. O que queremos aqui é a revitalização da Baía, a devolução para a população, tanto para operações portuárias, quanto para operações de turismo também, economicamente — disse Hugo Leal.

FONTE: JORNAL EXTRA