Desemprego passou de 15,1% para 13,7% entre março e junho

IMAGEM: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

 

A taxa de desemprego no país caiu para 13,7% no trimestre fechado em julho, uma redução de 1 ponto percentual em relação ao trimestre encerrado em abril (14,7%). Na comparação com o trimestre encerrado em julho de 2020, houve estabilidade (13,8%).

Apesar da diminuição na taxa, o país ainda soma 14,1 milhões de pessoas na fila em busca de um trabalho. O número representa queda de 4,6% em relação ao trimestre terminado em abril (14,8 milhões de pessoas), mas aumentou 7,3% ante o trimestre (mais 955 mil) ante o trimestre de 2020 (13,1 milhões de pessoas).

Os dados fazem parte da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, divulgada hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O indicador usa trimestres móveis, que não correspondem necessariamente ao primeiro, segundo, terceiro e quarto trimestres do ano.

De acordo com o IBGE, a queda na taxa de desemprego foi influenciada, principalmente, pelo aumento no número de pessoas ocupadas (89 milhões), que avançou 3,6%, com mais 3,1 milhões no período. Com isso, o nível de ocupação subiu para 50,2%.

Essa é a primeira vez, desde o trimestre encerrado em abril de 2020, que o nível de ocupação fica acima de 50%, o que indica que mais da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no país Adriana Beringuy, analista da pesquisa

Trabalho por conta própria e trabalho doméstico atingem recordes

O trabalho por conta própria atingiu o patamar recorde de 25,2 milhões de pessoas, um aumento de 4,7%, com mais 1,1 milhão de pessoas. Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, o contingente avançou 3,8 milhões, alta de 17,6%.

Segundo Adriana, essa é a forma de inserção que mais vem crescendo nos últimos trimestres na Pnad, embora o trabalho com carteira assinada comece a ter resultados mais favoráveis.

Já o trabalho doméstico aumentou 7,7%, somando 5,3 milhões de pessoas. Comparado ao mesmo período do ano anterior, houve adicional de 739 mil pessoas.

Em um ano, a população ocupada cresceu 7 milhões. Adriana, no entanto, destaca que esse crescimento tem como base de comparação o mesmo trimestre de 2020, quando a ocupação ainda era bastante afetada pela pandemia do novo coronavírus. "Embora tenha havido um crescimento sucessivo ao longo dos trimestres, mostrando recuperação da ocupação, a população ocupada segue inferior ao período pré-pandemia em cerca de 5 milhões de pessoas", disse a analista.

Informalidade impulsiona aumento de ocupados

O trabalho informal, que inclui aqueles sem carteira assinada (empregados do setor privado ou trabalhadores domésticos), sem CNPJ (empregadores ou empregados por conta própria) ou trabalhadores sem remuneração, chegou a 36,3 milhões de pessoas e uma taxa de 40,8%.

No trimestre anterior, a taxa foi de 39,8%, com 34,2 milhões de pessoas. Há um ano esse contingente era menor, 30,7 milhões e uma taxa de 37,4%, o menor patamar da série.

Subocupados atingem novo recorde

Os trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas — aqueles que trabalham menos horas do que poderiam trabalhar — chegou a um número recorde de 7,7 milhões de pessoas, um aumento de 7,2%, com mais 520 mil pessoas. Em relação ao ano anterior, o indicador subiu 34%, quando havia no país 5,8 milhões de pessoas subocupadas.

Já o contingente de pessoas subutilizadas, aquelas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas ou na força de trabalho potencial, foi de 31,7 milhões, uma redução de 4,7% em relação ao trimestre anterior (33,3 milhões).

Os desalentados — pessoas que desistiram de procurar trabalho devido às condições do mercado — somam 5,4 milhões de pessoas e tiveram uma redução de 10% no trimestre fechado em julho, em relação ao trimestre encerrado em abril. Em relação ao mesmo período do ano passado, esse contingente teve uma redução de 7,3%, quando havia no país 5,8 milhões de pessoas desalentadas no Brasil.

Metodologia de pesquisa

A amostra da pesquisa por trimestre corresponde a 211 mil domicílios pesquisados. O IBGE considera desempregado quem não tem trabalho e procurou algum nos 30 dias anteriores à semana em que os dados foram coletados. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham na pesquisa, em 26 estados e no Distrito Federal.

Existem outros números sobre desemprego, apresentados pelo Ministério da Economia, com base no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Os dados são mais restritos porque consideram apenas os empregos com carteira assinada.

https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2021/09/30/desemprego-brasil-pnad-continua-ibge.htm?cmpid=copiaecola

FONTE: UOL ECONOMIA