Segmento engloba áreas como pesca, indústria do petróleo, turismo e defesa

IMAGEM: Modec/Divulgação

 

Parlamentares se uniram a sindicalistas para declararem apoio à retomada da indústria naval no estado do Rio de Janeiro durante fórum promovido pelo Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ) na manhã desta sexta-feira (30), na capital fluminense.

Na ocasião, a deputada federal Jandira Feghali, que há anos apoia a luta dos trabalhadores pelo fortalecimento dos setores naval, portuário e aquaviário, cobrou uma maior participação do empresariado brasileiro na defesa dos interesses econômicos do Brasil.

“O setor empresarial, que está sofrendo também com a BR do Mar, não esteve lá no Congresso com a gente. Nós ficamos lá sozinhos, gritando contra a BR do Mar, que abriu o afretamento para destruir a indústria nacional. Conseguimos incluir os 2/3 de marítimos brasileiros no texto, mas o Bolsonaro vetou ”, criticou Jandira, ao sugerir a revogação da BR do Mar.

Ao traçar um panorama da atual situação do setor marítimo para os convidados, o presidente da Conttmaf e do Sindmar, Carlos Augusto Müller, deixou clara a necessidade da participação de todos na luta pelo fortalecimento dessas atividades para a soberania do País.

Segundo o sindicalista, na Petrobras, de mais de 150 embarcações em operação em águas nacionais, apenas 26 são brasileiras. Müller destaca, ainda, que mais de uma centena de navios de grande porte da empresa como petroleiros, gaseiros e cerca de 50 de posicionamento dinâmico – essenciais para o escoamento da produção das Bacias de Campos, de Santos e do pré-sal – são de outras bandeiras e foram construídos fora do Brasil.

“A Petrobras ainda é o governo. Então, a gente tem de pressionar, fazer o nosso papel como entidade sindicais, e solicitar o apoio do parlamento nesse sentido. Não é possível que a maior empresa do Brasil seja a que possui menor percentual de participação de bandeira brasileira. Isso tem que mudar. As empresas que atuam no brasil, hoje, são do hemisfério Norte. O governo tem de ficar atento a isso e manter a soberania no transporte”, alertou Müller.

O presidente do Senge-RJ, Olímpio Alves dos Santos, compartilhou da mesma opinião e destacou, também, a importância da retomada da indústria naval no que diz respeito ao aspecto social do País.

Para ele, uma nação como o Brasil, com uma costa continental e uma malha fluvial grande, precisa ter, obrigatoriamente, uma indústria naval forte para a garantia da sua soberania e para os navios de bandeira brasileira poderem circular os nossos produtos sem depender de outros países.

“É uma coisa que, para mim, é tão óbvia, mas temos uma elite capaz de vender as riquezas do País por interesses próprios, deixando o povo brasileiro à míngua, jogado nas calçadas, nas marquises, nos sinais, sem emprego. Temos a obrigação, o povo brasileiro, de tomar o destino desse País nas mãos. Não para sermos uma potência imperialista, mas para que a gente possa dar dignidade ao nosso povo”, declarou.

Além de Jandira Feghali, as deputadas estaduais Marta Rocha e Verônica Lima, bem como diversas assessorias parlamentares atenderam ao convite do fórum pela retomada da indústria naval e offshore.

Entre os sindicalistas, além Carlos Müller (Conttmaf), Edson Rocha (CMN/CUT) e Olímpio Santos (Senge), contribuíram para o debate Paulo Farias (CTB-RJ) e Jesus Cardoso (Sindimetal-Rio).

A FUP e a FNTTAA também estiveram presentes, representadas pelos companheiros Joacir Pedro e Ossian Quadros (Presidente do Taicupan), respectivamente.