A reforma trabalhista e as restrições fiscais de diferentes esferas de governo vão fazer o orçamento do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) cair em até 40% em dois anos.
A entidade tem duas fontes de renda: contratos com a administração pública e mensalidades pagas por sindicatos filiados a ela.
A primeira receita representa, hoje, cerca de 30% do volume total e tem diminuído de 2014 para cá, afirma o diretor-técnico da instituição, Clemente Ganz Lúcio. O dinheiro oriundo dos sindicatos está ameaçado porque eles mesmos terão problemas para se financiar sem a contribuição sindical, que deixou de existir com a reforma trabalhista deste ano.
"Teremos perda de receita, mas não sabemos ainda com qual intensidade. Muitos sindicatos correm risco até de sumir, imagine pagar mensalidade", diz Lúcio.
O orçamento de 2018 ficará entre R$ 22 milhões e R$ 27 milhões, diz. Em 2014, o Dieese obteve R$ 45 milhões para funcionar, segundo ele. Com as diminuições de receita que já ocorreram, eles deixaram de fazer pesquisa de emprego em Fortaleza, Recife e Belo Horizonte.
Levantamentos como o de valores da cesta básica também podem ser descontinuados em algumas cidades.